Após 32 anos de existência, a região de Vicente Pires terá, pela primeira vez, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O equipamento público construído na Rua 10 está pronto para ser entregue à população. A inauguração está prevista para esta terça-feira (25). No mesmo dia, a unidade dará início aos atendimentos. A estimativa é acolher até 4,5 mil pessoas por mês.
A nova UPA conta com dois leitos de atendimento crítico emergencial na Sala Vermelha, seis leitos de observação e um leito de isolamento na Sala Amarela, dez poltronas de medicação/inalação e reidratação na Sala Verde, três consultórios e uma sala para classificação de riscos distribuídos em 1,2 mil m2. A unidade também está equipada para exames laboratoriais de urgência, eletrocardiografia e raios-X.
Foram investidos R$ 7 milhões, sendo R$ 5,3 milhões em obras e R$ 1,7 milhão em equipamentos e mobília. Os recursos foram repassados pela Secretaria de Saúde (SES) e também são provenientes de emendas parlamentares.
Rede pública
“Essa ação contribuirá para aumentar os serviços assistenciais, dando maior acolhimento à população por meio de atendimento regional, o que favorece os usuários do SUS”, avalia o secretário de Saúde, Manoel Pafiadache. “A política desta secretaria é levar atendimento a quem precisa.”
“Essa UPA vai ajudar bastante a atender a população que acaba se deslocando para outras unidades”
Nadja Vieira, superintendente de Atenção Pré-Hospitalar do Iges-DF
O secretário lembra que a nova UPA é mais um reforço à rede pública de saúde do DF: “Vai ajudar muito no momento em que estamos vivendo, agrega valor e vai aumentar os nossos serviços. Vai aproximar a saúde da população e acima de tudo criar condições para melhorar cada vez mais o que estamos fazendo em termos de assistência”.
A UPA terá o papel de desafogar os atendimentos da Região Sudoeste de Saúde, responsável pela população de Taguatinga, Vicente Pires, Águas Claras, Arniqueira, Recanto das Emas e Samambaia. “Vicente Pires é uma cidade muito importante, porque não há nenhum equipamento de saúde de emergência e urgência, só uma UBS [Unidade Básica de Saúde]”, pontua a superintendente de Atenção Pré-Hospitalar do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF), Nadja Vieira. “Essa UPA vai ajudar bastante a atender a população que acaba se deslocando para outras unidades”.
Melhorias para população
O comerciante Isaías Ferreira da Silva, 28 anos, mora na mesma rua da UPA. Há 16 anos em Vicente Pires, onde é dono de um supermercado, ele conta que, em algumas situações, precisou recorrer ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o que não precisará se repetir com a abertura da UPA. “Com certeza vai ajudar toda a população, ainda mais nesse período de pandemia em que os casos [de covid-19] estão voltando com tudo”, ressalta. “É importante para não lotar ainda mais os hospitais.”
A servidora pública Tânia Fátima Martins, 57, mora em um condomínio nas proximidades da nova unidade de saúde e também comemora: “É um conforto maior e vai engrandecer o bairro”. Por sua vez, Rosália de Lima Souza, 37, proprietária de uma loja comercial na rua, diz ter ficado feliz ao saber da obra. “Como aqui não tem hospital, vai ser uma facilidade a mais para os funcionários; se um deles passar mal, pode ser atendido aqui do lado”, atenta.
O administrador de Vicente Pires, Daniel de Castro Sousa, é outro a comemorar. “A UPA é o equipamento público mais aguardado dessa gestão”, afirma. “Vicente Pires é uma cidade que convive com o [Assentamento] 26 de Setembro e necessita mais do que outras de um atendimento especializado na área de saúde”. Segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) de 2019, a cidade tem cerca de 72 mil habitantes – número que, conforme Souza, com a população do assentamento, sobe para 120 mil.
A UPA faz parte de um pacote de melhorias de infraestrutura que Vicente Pires tem recebido desde o último ano, como obras de drenagem, asfalto, meios-fios, bacia de contenção e sistema de águas pluviais. “Tudo isso foi de suma importância, porque foi a virada de Vicente Pires”, valoriza o administrador da região. “O governador sempre teve esse olhar efetivo e carinhoso com a cidade. Essa decisão de construir uma UPA em Vicente Pires é a execução de um programa de governo de cuidar da cidade e das pessoas.”
146
Número de profissionais de saúde que atuarão na nova UPA
Para Sousa, a UPA terá um papel ainda mais relevante, devido ao momento de alta de casos de covid-19 no DF: “A inauguração virá em um momento de extrema importância, em que estamos no auge da terceira ou quarta onda. Agora temos total condição de cuidar da saúde da nossa população”.
Atendimento
Com funcionamento 24 horas por dia, a UPA de Vicente Pires atenderá casos de urgência e emergência de clínica médica, com prestação de socorro, prescrição de medicamentos e exames e análise sobre a situação do paciente – como a necessidade de encaminhamento a um hospital.
O atendimento será feito por 146 profissionais de saúde, entre médicos – quatro por dia –, enfermeiros, técnicos e outros colaboradores, contratados por processo seletivo. Após a convocação, eles passaram por treinamento teórico e prático nas outras UPAs. Novos treinamentos e cursos de atualização poderão ser fornecidos pela Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa na sala de ensino da unidade.
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Os médicos da UPA também terão suporte dos especialistas do Hospital de Base em consultoria prestada via telemedicina, bem como telediagnóstico. “Como na UPA só tem o clínico geral, a gente precisa de pareceres de outras especialidades”, comenta Nadja Vieira. “O médico pode fazer esse contato com o profissional especialista para ajudar no diagnóstico, na dosagem dos medicamentos e fazer um pouco mais pelo paciente ainda na UPA. Esse é um grande ganho para os profissionais de saúde.”
UPAs
Essa é a sexta unidade de mesmo porte construída pelo Governo do Distrito Federal por intermédio do Iges-DF responsável pela gestão. Desde 2021 foram inauguradas UPAs do mesmo modelo em Ceilândia II, Paranoá, Gama, Riacho Fundo II e Planaltina.
A próxima unidade a ser lançada será na região de Brazlândia. Com as sete novas UPAs em funcionamento, serão atendidas 31,5 mil pessoas por mês e o DF chegará a um total de 13 unidades de pronto atendimento. As outras seis estão no Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, São Sebastião, Samambaia e Ceilândia.
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