Edição Brasília

Transtornos mentais afetam 1 bilhão e custam US$1 tri/ano, alerta OMS.

Mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com transtornos mentais, como ansiedade e depressão, gerando um custo anual de US$ 1 trilhão à economia global, alertou a OMS.
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Foto: REUTERS/Denis Balibouse/Proibida reprodução

Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo enfrentam desafios relacionados a transtornos mentais, como ansiedade e depressão, gerando um impacto financeiro estimado em US$ 1 trilhão anualmente sobre a economia global, conforme um recente alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta realidade, portanto, não apenas afeta profundamente a vida individual, mas também impõe pesadas consequências socioeconômicas em escala planetária.

A Crise Global da Saúde Mental e Seus Custos

Dados divulgados na terça-feira (2) pela OMS pintam um quadro preocupante, revelando que a prevalência de transtornos mentais, incluindo condições como ansiedade e depressão, ultrapassa a marca de um bilhão de indivíduos globalmente. Essa situação, adverte a instituição, acarreta prejuízos imensos tanto no âmbito humano quanto no econômico, exigindo atenção urgente das autoridades e da sociedade.

A agência das Nações Unidas enfatizou que, embora muitos países tenham implementado ou fortalecido políticas e programas voltados para a saúde mental, ainda são cruciais investimentos e ações mais robustas em escala global. O objetivo primordial é, primeiramente, expandir os serviços disponíveis e, consequentemente, proteger e promover o bem-estar mental da população. Além disso, a OMS ressalta que transtornos como ansiedade e depressão são notavelmente prevalentes em todas as nações e comunidades, afetando indiscriminadamente pessoas de diversas idades e níveis de renda. Em suma, a entidade aponta que tais condições representam a segunda maior causa de incapacidade de longo prazo, culminando em uma significativa perda de qualidade de vida para milhões.

O Chamado Urgente por Ação e Investimento

A transformação dos serviços de saúde mental figura entre os desafios mais prementes da saúde pública contemporânea, conforme declaração de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. Ele enfatizou que investir na saúde mental equivale a investir nas pessoas, nas comunidades e nas economias, classificando-o como um investimento que nenhum país pode se dar ao luxo de negligenciar. Dessa forma, a responsabilidade de agir com urgência recai sobre cada governo e líder, que devem assegurar que os cuidados em saúde mental não sejam vistos como um privilégio, mas sim como um direito humano fundamental e acessível a todos.

Portanto, a mensagem da OMS é clara: a inação diante da crescente crise da saúde mental não é uma opção viável. É imperativo que haja uma mobilização global coordenada para garantir que as políticas se traduzam em serviços eficazes e acessíveis, combatendo o estigma e promovendo um ambiente de apoio e cuidado. Em outras palavras, a saúde mental deve ser integrada prioritariamente nas agendas de saúde pública, recebendo o mesmo grau de importância que as condições físicas.

Desigualdades e a Sombra do Suicídio

Uma análise mais aprofundada dos dados revela que a prevalência de transtornos de saúde mental exibe variações notáveis de acordo com o gênero. As mulheres, por exemplo, são desproporcionalmente mais afetadas por essas condições. Tanto entre homens quanto entre mulheres, a ansiedade e a depressão permanecem como os transtornos mais frequentemente diagnosticados, sublinhando sua natureza generalizada e o impacto transversal na sociedade. Ademais, o suicídio continua sendo uma consequência devastadora dos transtornos mentais, tirando aproximadamente 721 mil vidas somente em 2021 em todo o planeta.

A OMS também aponta o suicídio como uma das principais causas de morte entre jovens em todos os países e contextos socioeconômicos. Apesar dos esforços globais para mitigar essa tragédia, o progresso na redução da mortalidade por suicídio tem sido insuficiente para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que almeja uma redução de um terço nas taxas de suicídio até 2030. Na trajetória atual, lamentavelmente, estima-se que apenas uma diminuição de 12% será alcançada até esse prazo, demonstrando a urgência de intensificar as intervenções e o suporte.

O Vultoso Impacto Econômico da Crise Mental

O impacto econômico dos transtornos mentais é, conforme avaliação da OMS, impressionante. Embora os custos diretos com a saúde sejam consideráveis, os custos indiretos, especialmente aqueles decorrentes da perda de produtividade, superam em muito os gastos diretos. A estimativa é que, em conjunto, a depressão e a ansiedade resultem em um custo anual de cerca de US$ 1 trilhão para a economia global. Essa cifra astronômica sublinha, portanto, a necessidade não apenas humanitária, mas também econômica, de investir em saúde mental.

Em conclusão, estas descobertas acentuam a necessidade imperiosa de investimentos sustentados, uma priorização mais rigorosa e uma colaboração multissetorial robusta. O objetivo é expandir o acesso aos serviços de saúde mental, reduzir o estigma que ainda cerca essas condições e, primordialmente, combater as causas subjacentes dos problemas de saúde mental. Assim, a comunidade internacional é convocada a agir de forma integrada para enfrentar este desafio global com a seriedade e os recursos que ele exige.

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