Um novo sistema de alertas de emergência via celular chegará ao Nordeste brasileiro em 14 de junho. A iniciativa, que utiliza a plataforma Defesa Civil Alerta, visa proteger a população contra eventos climáticos severos, como chuvas intensas, alagamentos e deslizamentos de terra.
Teste do Sistema no Nordeste
O anúncio foi feito pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, na última quinta-feira (29). Segundo o ministro, um teste abrangente do sistema será realizado em todas as capitais nordestinas, além de três cidades em cada estado da região. Góes expressou confiança na eficácia do sistema, afirmando: “É um prazo suficiente para que esse serviço seja entregue à sociedade nordestina com muita eficiência. Tenho certeza que mais vidas serão salvas. É mais inovação tecnológica em defesa da vida das pessoas”.
A implementação no Nordeste representa uma expansão significativa do programa, que já opera com sucesso em outras regiões do país. O ministro destacou a importância da tecnologia para a proteção da vida e do patrimônio público.
Como Funciona o Sistema Defesa Civil Alerta
O sistema Defesa Civil Alerta funciona por meio da rede de telecomunicações, enviando alertas gratuitos via SMS e notificações sonoras. Uma característica importante é a capacidade do sistema de sobrepor qualquer conteúdo exibido na tela do celular, mesmo em modo silencioso, garantindo que o alerta seja percebido.
Além disso, o sistema não requer cadastro prévio do usuário e funciona em aparelhos com cobertura 4G ou 5G, independente do sistema operacional. A informação, segundo Góes, é baseada em dados de órgãos de monitoramento: “É uma informação, com base em um monitoramento de como estão os problemas nas áreas que as pessoas vivem: se vai chover muito, se vai ter alagamento, um deslizamento. Essas informações são recolhidas e transformadas em uma comunicação para as pessoas que moram na área afetada”.
O alcance do alerta é amplo, abrangendo qualquer pessoa presente na área de risco, independente de residência no local. O ministro enfatizou a importância da resposta imediata: “Quem está recebendo a informação tem que se preparar. Se a informação for para sair imediatamente, é para sair imediatamente, se for para ficar, é para ficar”. As informações divulgadas, complementou Góes, estão alinhadas aos planos de defesa civil locais.
Experiência em Outras Regiões e Apoio das Operadoras
A superintendente de Controle de Obrigações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Suzana Silva Rodrigues, ressaltou o sucesso do sistema nas regiões Sul e Sudeste. Segundo ela, “Já tivemos alguns alertas nas regiões Sul e Sudeste e já existe um reconhecimento por parte da população da importância dessa ferramenta tanto para salvar vidas, quanto para reduzir danos em matéria de patrimônio. É uma ferramenta que tem como função principal, salvar vidas, daí sua relevância máxima”.
Por outro lado, Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital (representante das operadoras de telefonia móvel), destacou o compromisso social das empresas na expansão do sistema. Em suas palavras, “Estamos bem dedicados com essa expansão, para que funcione de maneira perfeita, para que de fato a população possa receber a comunicação, entender o que é a ferramenta e que tenha uma repercussão muito positiva”.
Histórico do Sistema e Resultados Preliminares
O sistema Defesa Civil Alerta passou por um período de testes em agosto de 2024, abrangendo 11 municípios das regiões Sul e Sudeste. Este teste piloto, que durou 30 dias, ocorreu em antecipação ao período chuvoso de novembro, momento de maior demanda por sistemas de alerta. Após um período inicial de testes, desde 4 de dezembro de 2024, todos os estados das regiões Sul e Sudeste estão utilizando a tecnologia, tendo enviado um total de 373 alertas, dos quais 316 foram classificados como severos e 57 como extremos.
Em conclusão, a chegada do sistema Defesa Civil Alerta ao Nordeste representa um avanço significativo na proteção da população contra desastres naturais. A experiência positiva em outras regiões, combinada com o compromisso das operadoras e do governo, sugere um futuro promissor para a redução de riscos e a preservação de vidas na região.
