O Governo do Distrito Federal investiu, nos dois últimos anos, R$ 3 milhões na instalação de 306 fossas sépticas e biodigestores em pequenas propriedades rurais. Esses equipamentos, além de melhorar a qualidade de vida dos agricultores, reduzem os riscos de contaminação da água usada para produzir os alimentos.
A informação foi dada nesta sexta-feira (23) pelo engenheiro agrônomo Antônio Dantas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), responsável pelo Programa de Saneamento Básico Rural (Saneater), por meio do qual são instalados sistemas individuais de tratamento de esgoto nos núcleos rurais.
“Os produtores percebem claramente a melhoria para a qualidade de vida. A água que escorria a céu aberto não escorre mais, é um transtorno que chega ao fim”
Antonio Dantas, engenheiro agrônomo da Emater
Ele explicou que são atendidos prioritariamente produtores inscritos em programas do GDF que possibilitam a compra de alimentos produzidos nos núcleos rurais. Já foram contempladas produtores de Ceilândia, Planaltina e Brazlândia, cidade que em breve ganhará mais 21 equipamentos. Para 2023, está prevista a entrega de mais 150 equipamentos nessas e em outras cidades.
Qualidade no campo
Antonio Dantas explicou que o objetivo é estimular o cumprimento das metas instituídas pelo programa Brasília Qualidade no Campo, o qual estipula as boas práticas a serem adotadas pelos agricultores na produção dos alimentos. A plantação, após passar por avaliação, recebe selo de qualidade, Com eles, o produtor consegue conquistar mercados e ampliar as vendas.
A maior dificuldade dos pequenos produtores, segundo Dantas, tem sido na parte do tratamento de esgoto. “A maioria ainda usa a fossa negra, um buraco cavado no solo que não trata o esgoto, contaminando o lençol freático e a água captada para consumo da família e para a irrigação dos alimentos”, relatou.
A instalação dos equipamentos acontece após os técnicos da Emater visitarem a propriedade rural. Depois da instalação, eles orientam os produtores sobre a forma de usar os equipamentos e quais cuidados a serem tomados, como não jogar entulho ou lixo nos aparelhos e limpar a caixa de gordura com frequência. A instalação é feita em um único dia.
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Fim do mau cheiro
Na avalição de Dantas, os produtores estão aprovando o programa. “Eles percebem claramente a melhoria na qualidade de vida”, garante. “A água que escorria a céu aberto não escorre mais, é um transtorno que chega ao fim. Tratar o esgoto é um problema e o governo tem que interferir e ajudar, porque, afinal, são eles que produzem os nossos alimentos”, ressalta o agrônomo.
Um dos primeiros agricultores beneficiados foi o agricultor Joaquim Máximo, 40 anos, que mora no Núcleo Rural Betinho, em Brazlândia, onde produz morangos, tomates e outros alimentos. Em 2020, foi instalado na chácara dele um sistema biodigestor. “Melhorou muita coisa”, contou Joaquim. “Antes o mau cheiro da fossa infestava tudo. Dava pra sentir o odor de qualquer lugar. Hoje, as pessoas vêm aqui comer e não reclamam mais do cheiro. Para mim, esse é um dos melhores programas da Emater-DF”, elogiou Joaquim.
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