Brasil Assume a Liderança do Brics em Meio à Expansão
O Brasil inicia 2025 à frente da presidência rotativa do Brics, marcando a quarta vez que o país assume essa posição. A liderança acontece em um momento decisivo para o bloco, que agora se expande com a inclusão de nove novos membros, consolidando o Brics como uma força global ainda mais representativa.
Sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o Brasil buscará ampliar o diálogo, promover o desenvolvimento sustentável e fomentar o comércio entre os países em moedas locais, reduzindo a dependência do dólar.
Novos Membros e Desafios da Expansão
Em 2025, nove países já foram confirmados como novos membros do Brics: Cuba, Bolívia, Indonésia, Bielorrússia, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. A inclusão reforça o papel do bloco na promoção de uma governança global mais equilibrada e diversificada.
A professora Maria Elena Rodríguez, da PUC-RJ, destacou que o momento exige protagonismo do Brasil. “Agora, o Brics está consolidado. O Brasil precisa apresentar avanços concretos, especialmente na agenda de negociações em moedas locais”, afirmou.
Avanço nas Negociações com Moedas Locais
Um dos principais projetos do Brics sob a presidência brasileira é a construção de um sistema de pagamentos em moedas locais, facilitando o comércio entre os países. Essa medida busca reduzir a dependência do dólar, gerando maior autonomia para os membros do bloco.
Essa iniciativa, no entanto, gerou reações nos Estados Unidos. O presidente eleito Donald Trump ameaçou impor tarifas a países que abandonarem o dólar. Para o professor Paulo Borba Casella, da USP, essa estratégia tem impacto limitado. “Trump joga para o eleitorado, mas impor tarifas ao Brics afetaria a própria economia americana”, avaliou Casella.
O Crescimento do Brics e Seu Papel Global
Com a inclusão dos novos membros, o Brics passa a representar mais de 40% da população mundial e 37% do PIB global por paridade de poder de compra. Esse crescimento posiciona o bloco como uma alternativa sólida ao G7, consolidando seu papel na reformulação da governança global.
O bloco defende a ampliação da representatividade de países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU, o FMI e o Banco Mundial. Para especialistas, a presidência do Brasil será uma oportunidade de reforçar o papel da América Latina nas discussões internacionais.
“O Brasil tem que aproveitar esse momento para fortalecer sua posição e a do continente”, concluiu a professora Rodríguez.
Futuro Promissor para a Cooperação Internacional
A expectativa é que, sob a liderança do Brasil, o Brics avance em pautas estratégicas e promova maior integração entre os países do Sul Global. Essa presidência marca uma oportunidade histórica para o país consolidar sua presença no cenário internacional.