As mulheres representam 52,2% da população do Distrito Federal. São empreendedoras, trabalhadoras, servidoras, estudantes, artesãs, agricultoras, donas de casa. Uma enorme legião feminina que diariamente participa do crescimento social e econômico do DF. Mas muitas dessas mulheres também lutam todos os dias contra uma velha inimiga: a violência doméstica. Nessa luta, elas contam com uma forte aliada: a Secretaria da Mulher (SMDF). Graças ao trabalho conjunto feito por órgãos do Governo do Distrito Federal, com participação ativa da Secretaria da Mulher, entre 2019 e 2022 o assassinato de mulheres pelo simples fato de serem mulheres caiu 42,9% no DF. É o que relata Vandercy Camargos, secretária da Mulher. Confiante em dias melhores, ela adianta que no próximo mandato do governador Ibaneis Rocha serão construídas mais quatro casas da Mulher Brasileira. Confira.
AGÊNCIA BRASÍLIA – A violência contra a mulher no Distrito Federal continua em alta ou diminuiu?
VANDERCY CAMARGOS – Entre 2019 e 2022, o Distrito Federal registrou queda de 42,9% no número de feminicídios, conforme levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para reduzir o índice de feminicídios, realizamos diversos programas nos últimos anos com o objetivo não só de sensibilizar a população sobre a violência contra a mulher, mas também para de proteger e acolher mulheres que estão passando por esta situação.
“Para as interessadas em participar do Mão na Massa, do Programa Realize ou de quaisquer outros cursos que oferecemos, basta preencher o formulário disponível no site da secretaria”
AG – Quais são esses programas?
VC – Temos diversos programas, entre eles o Jornada Zero Violência contra Mulheres e Meninas, por meio do qual levamos informações sobre os equipamentos de atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar aos moradores do Ceilândia, Gama, Paranoá, Planaltina e Samambaia. Também lançamos o aplicativo Proteja-se, em parceria com o Disque 100 e o Ligue 180, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em 2021, para atender mulheres beneficiadas por medidas protetivas, inauguramos o Centro Especializado de Atendimento às Mulheres 4 (Ceam), no Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob). Além disso, o Código do Sinal Vermelho virou lei no DF. Mulheres vítimas de violência podem pedir ajuda por meio de um “x” na mão. Nós já capacitamos mais de 900 colaboradores de vários estabelecimentos comerciais para que possam acolher mulheres que pedirem ajuda por meio do Sinal Vermelho.
AG – Além desses programas, a Secretaria da Mulher desenvolveu outros projetos?
VC – Sim. Além dos programas, vimos trabalhando em diversas frentes para ampliar a rede de proteção das mulheres do DF. Entre essas ações, destaco a reabertura em abril de 2021 da Casa da Mulher Brasileira, no coração de Ceilândia. A Casa da Mulher integra diversos atendimentos às vítimas de violência em um único lugar. É a oportunidade que a mulher tem de recomeçar sua vida. Lá, elas podem buscar ajuda e romper qualquer ciclo de violência, porque a mulher é acolhida, apoiada, acompanhada e capacitada. Desde a reabertura, a Casa já prestou mais de 7 mil atendimentos.
AB – As vítimas de violência também podem ficar alojadas na Casa?
VC – Sim. Com a reabertura da Casa da Mulher, abrimos o alojamento de passagem, que é mais uma grande conquista. Com ele, nós oferecemos acolhimento e apoio, 24 horas por dia, às mulheres que nos procuram. Elas podem ficar alojadas junto com os filhos por até 48 horas. Neste período, elas são assistidas e encaminhadas aos serviços assistenciais indicados para cada caso.
AB – O que tem sido feito para que os homens entrem no combate à violência contra a mulher?
“Inauguramos recentemente um box da Secretaria da Mulher na Feira da Torre de TV. É um espaço para venda de artesanatos e de alimentos produzidos na zona rural do DF por integrantes do Fórum das Mulheres e por associações que elas representam”
VC – É imprescindível que os homens sejam inseridos nessa luta. Nós procuramos envolve-los por meio dos Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavds). São equipamentos de atendimento que realizam acompanhamento psicossocial e acolhem tanto as vítimas quanto dos autores envolvidos em casos de violência doméstica encaminhados pelo Ministério Público ou pelo Judiciário. Este ano, fomos além: inauguramos em Samambaia o Espaço Acolher, que além de oferecer acompanhamento às pessoas envolvidas em situação de violência contra a mulher, funciona de portas abertas para qualquer demanda espontânea.
AB – A dependência financeira e emocional da mulher em relação ao companheiro acaba submetendo-a à violência doméstica. Como a secretaria vem enfrentando esse problema?
VC – Nós oferecemos projetos de capacitação exatamente porque queremos que as mulheres tenham a oportunidade de escolha, de mudar de vida, de sair de situações que a coloquem em perigo. Nos últimos anos, mais de 800 mulheres participaram dos nossos cursos na área da construção civil, uma parceria com o Sinduscon, e do projeto Mão na Massa, com o Instituto BRB, nas áreas de gastronomia, moda e beleza. Recebemos mais de 3 mil mulheres nos espaços Empreende Mais Mulher e capacitamos mais de 900 mulheres líderes com o programa Empodera. Temos também o Programa Realize, que trabalha as competências comportamentais e socioemocionais das mulheres que participam dos nossos cursos de capacitação. O objetivo é fazer com que elas conheçam a si mesmas e saibam como colocar em prática o conhecimento que adquiriram.
AB – Como as mulheres podem participar dos projetos de capacitação?
VC – Os projetos são gratuitos. Para participar dos projetos como o Mão na Massa, Programa Realize ou de quaisquer outros cursos que oferecemos, basta preencher o formulário do cadastro geral de promoção da mulher da SMDF, disponível no site da Secretaria da Mulher. No cadastro, a candidata pode escolher a área de preferência e o projeto de interesse. Depois, é só aguardar o contato da nossa equipe.
AB – As mulheres que moram nos núcleos rurais também estão sendo atendidas?
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VC – Em junho de 2021 lançamos o projeto Ação Mulher no Campo, justamente para atender as produtoras rurais. Com o projeto, passamos a conhecer as necessidades dessas mulheres e, ao mesmo tempo, elas passaram a receber nossos serviços e benefícios. Já realizamos 23 ações e prestamos mais de 22 mil atendimentos, com encaminhamentos para diversos serviços em diversas áreas, como saúde, segurança pública, educação, transporte e assistência social. Visitamos os núcleos a partir das demandas feitas por representantes das comunidades rurais nas reuniões do Fórum Permanente das Mulheres do Campo e do Cerrado. Outro importante conquista: inauguramos, recentemente, um box da Secretaria da Mulher na Feira da Torre de TV. É um espaço para venda de artesanatos e de alimentos produzidos na zona rural do DF por integrantes do Fórum das Mulheres e por associações que elas representam.
AB – Quais são os planos para a população feminina no segundo mandato do governador Ibaneis Rocha?
VC – Com certeza vamos levar mais serviços e benefícios para as mulheres do DF nos próximos quatro anos, especialmente para aquelas que mais precisam da assistência do GDF. Já posso falar que estão previstas quatro novas casas da Mulher Brasileira nas seguintes cidades: São Sebastião, Recanto das Emas, Sobradinho II e Sol Nascente. Já foram licitadas as obras de três das quatro casas, que devem ser construídas a partir de 2023.
*Colaboração: Assessoria de Comunicação da Secretaria da Mulher do DF
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