Edição Brasília

Exame toxicológico obrigatório na primeira CNH

Exame toxicológico obrigatório para primeira CNH: Projeto aprovado na Câmara estende a exigência para categorias A e B, além de destinar recursos de multas para formação de condutores de baixa renda. A sanção presidencial está aguardando.
Exame toxicológico primeira CNH
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que amplia a obrigatoriedade do exame toxicológico para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias A e B, impactando diretamente quem está tirando a primeira habilitação. Atualmente, esse exame só é exigido para as categorias C, D e E, tanto na primeira habilitação quanto nas renovações. A proposta, de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), aguarda agora a sanção presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva para entrar em vigor.

Exame Toxicológico Expandido: Novas Regras para a CNH

Com a aprovação do projeto, a partir de sua sanção, todos os candidatos à primeira CNH nas categorias A e B deverão apresentar um exame toxicológico com resultado negativo. Esse exame, que precisa ser realizado em clínicas credenciadas pelos órgãos de trânsito, avalia a presença de diversas substâncias no organismo, buscando uma análise retrospectiva de no mínimo 90 dias. As substâncias analisadas incluem anfetaminas (como anfetamina, metanfetamina, MDA, MDMA, anfepramona e femproporex), mandizol, canabinoides (Carboxy THC) e opiáceos (cocaína, benzoilecgonina, cocaetileno, norcocaína, opiáceos, morfina, codeína e heroína). A validade do exame, contada a partir da data da coleta, também é de 90 dias.

Uma das facilidades previstas é a possibilidade de as clínicas médicas já cadastradas para exames de aptidão física e mental realizarem a coleta do material para o exame toxicológico. Posteriormente, esse material será enviado a laboratórios credenciados para a análise. Essa medida visa otimizar o processo e facilitar o acesso dos candidatos ao exame.

Recursos de Multas para Formação de Condutores de Baixa Renda

Além da ampliação do exame toxicológico, o projeto prevê uma importante mudança na destinação dos recursos arrecadados com multas de trânsito. Atualmente, esses recursos são destinados, segundo a legislação vigente, exclusivamente a sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. Entretanto, a nova lei propõe destinar parte desses recursos para custear a formação de condutores de baixa renda.

O projeto garante a gratuidade da formação para habilitação a pessoas de baixa renda inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Esse custeio abrangerá todas as taxas e despesas relacionadas ao processo de formação e à emissão do documento de habilitação, representando um significativo avanço na inclusão social no acesso à condução de veículos.

Modernização da Transferência de Veículos

Por outro lado, o projeto também moderniza o processo de transferência de veículos, permitindo a realização do procedimento por meio de plataformas eletrônicas. Este processo, para garantir a segurança e validade jurídica, utilizará contratos de compra e venda referendados por assinaturas digitais qualificadas ou avançadas. A plataforma poderá ser administrada pelos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) ou pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

Em caso de utilização da plataforma da Senatran, a transferência terá validade em todo o território nacional e deverá ser obrigatoriamente reconhecida por todos os Detrans. A assinatura eletrônica avançada, por sua vez, deverá ser realizada por meio de plataformas homologadas pelos órgãos competentes e regulamentadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Conclusão: Aguardando a Sanção Presidencial

Em conclusão, o projeto aprovado na Câmara representa uma significativa atualização na legislação de trânsito brasileira, impactando tanto na segurança viária com a ampliação do exame toxicológico, quanto na inclusão social com a destinação de recursos para a formação de condutores de baixa renda. A modernização do processo de transferência de veículos via plataforma eletrônica também contribui para a eficiência e agilidade do setor. Agora, resta aguardar a sanção presidencial para que essas importantes mudanças se tornem realidade.