A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou, em dezembro de 2024, um novo consenso sobre o tratamento da alopecia areata, uma condição autoimune que provoca perda repentina de cabelo. A atualização incorpora novos medicamentos e abordagens terapêuticas, além de ressaltar a importância do apoio psicológico para os pacientes.
A alopecia areata pode afetar pequenas áreas do couro cabeludo ou, nos casos mais graves, levar à perda total dos cabelos e pelos do corpo. Embora não tenha cura definitiva, os novos tratamentos oferecem esperança para quem convive com a condição.
📌 O que é a alopecia areata?
A alopecia areata ocorre quando o sistema imunológico ataca os folículos pilosos, impedindo o crescimento dos fios. A inflamação resultante deixa áreas arredondadas sem cabelo, de textura lisa e brilhante.
Os principais fatores envolvidos no desenvolvimento da condição incluem:
✔ Predisposição genética
✔ Influências ambientais
✔ Fatores emocionais, como estresse e ansiedade
A doença pode se manifestar de diferentes formas:
- Alopecia em placas: perda localizada de cabelo em formato circular.
- Alopecia total: queda completa dos fios do couro cabeludo.
- Alopecia universal: perda de todos os pelos do corpo.
📌 Novos tratamentos trazem esperança
O consenso da SBD revisou as melhores opções terapêuticas para cada caso, considerando a gravidade da alopecia areata. Para os casos mais leves, os corticosteroides tópicos continuam sendo a principal abordagem. Já para situações moderadas e graves, novas opções surgiram.
Um dos avanços mais significativos foi a aprovação dos inibidores da enzima Janus quinase (JAK), como baricitinibe e ritlecitinibe. Esses medicamentos bloqueiam a ação da enzima responsável pela resposta inflamatória que causa a doença.
“Os estudos mais recentes demonstram que esses inibidores podem ajudar a restaurar o crescimento dos cabelos em pacientes com quadros severos de alopecia areata”, afirma a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Os inibidores JAK já foram aprovados pela Anvisa e estão disponíveis no Brasil, aumentando as opções terapêuticas para quem sofre com a doença.
📌 Impacto emocional e suporte psicológico
A perda de cabelo afeta não apenas a aparência, mas também a autoestima e a qualidade de vida. Muitos pacientes relatam dificuldades em relacionamentos, no ambiente de trabalho e na vida social.
Estudos indicam que até 78% dos pacientes com alopecia areata apresentam algum transtorno de saúde mental, como ansiedade e depressão.
“O impacto psicológico da alopecia vai além da estética. É essencial oferecer acolhimento emocional e discutir a saúde mental dos pacientes, principalmente nos casos mais graves”, destaca o relatório da SBD.
A dermatologista Barbara Miguel também reforça a importância do apoio psicológico:
“O tratamento ideal deve incluir acompanhamento dermatológico e psicológico para ajudar os pacientes a lidarem com os desafios emocionais da alopecia”.
📌 Cuidados essenciais no tratamento
Os novos medicamentos apresentam ótimos resultados, mas exigem monitoramento médico constante. Antes de iniciar o tratamento, é importante:
✔ Realizar exames laboratoriais, como hemograma e função renal.
✔ Avaliar riscos cardiovasculares, como trombose.
✔ Evitar o uso em gestantes e lactantes, devido à falta de estudos sobre segurança.
Além disso, a resposta ao tratamento varia de paciente para paciente, sendo necessário um acompanhamento contínuo para ajustar as terapias conforme a evolução do quadro.
📌 Conclusão
Os avanços no tratamento da alopecia areata oferecem novas possibilidades para pacientes, especialmente aqueles com quadros severos da doença. A chegada dos inibidores JAK ao Brasil representa uma alternativa promissora, enquanto o suporte psicológico se torna cada vez mais essencial no cuidado integral.
Com mais opções terapêuticas e um olhar ampliado para o impacto emocional da condição, o manejo da alopecia areata evolui, proporcionando mais qualidade de vida e bem-estar para os pacientes.