Marcha mobiliza mulheres de todo o Brasil
No dia 25 de novembro de 2025, Brasília será palco da 2ª Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, evento que marca dez anos da primeira mobilização histórica. A marcha reunirá milhares de mulheres negras para discutir e reivindicar políticas públicas, justiça social e promoção da igualdade racial. A organização, liderada por comitês regionais e nacionais, intensifica os preparativos com encontros realizados em várias partes do país.
Na última terça-feira (26), o escritório operativo da marcha foi inaugurado no Museu da República, em Brasília, com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e representantes de diversas organizações, como o Movimento Negro Unificado e a Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).
Reparação e Bem Viver: os pilares da marcha
O tema da marcha aborda conceitos fundamentais para a luta das mulheres negras. Segundo Thanisia Marcella Alves Cruz, do comitê organizador, a reparação aponta para os impactos históricos de políticas públicas que perpetuaram injustiças, como o tráfico de pessoas e a negação de direitos. Já o conceito de Bem Viver busca uma mudança radical nas práticas sociais, promovendo dignidade e qualidade de vida.
“A reparação reconhece a história de opressão enfrentada pela população negra, mas o Bem Viver representa o futuro que queremos construir, baseado na justiça e na equidade”, afirmou Cruz.
Mobilização nacional e fortalecimento político
A organização da marcha envolve redes como a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Fórum Nacional de Mulheres Negras e Rede Fulanas. Nos estados e municípios, comitês locais incentivam a participação política das mulheres negras, uma das principais bandeiras do evento.
Naiara Leite, do Instituto da Mulher Negra Odara, destacou a importância da marcha para fortalecer a representação feminina nas esferas de poder. “Este ano eleitoral mostrou que precisamos eleger mais mulheres negras para prefeituras e câmaras municipais, ocupando espaços de decisão que historicamente nos foram negados”, disse.
No Distrito Federal, o encontro regional contou com a presença de mulheres de Goiás e Mato Grosso. “Dialogamos sobre as políticas públicas e os desafios locais. Agora é levantar e marchar rumo a 2025”, afirmou Keka Bagno, do Comitê DF.
Impacto social e expectativas
A marcha representa um momento de união e fortalecimento da luta por direitos. Com milhares de mulheres negras esperadas em Brasília, a mobilização reforça a importância de políticas públicas que promovam a igualdade racial e garantam a reparação histórica.