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STF decide pela manutenção de símbolos religiosos em órgãos públicos

Decisão reforça tradição cultural e não viola a laicidade do Estado, segundo maioria da Corte.
Símbolos religiosos em órgãos públicos
Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Decisão histórica sobre símbolos religiosos

Nesta segunda-feira (25), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para permitir a presença de símbolos religiosos, como crucifixos e imagens de santos, em órgãos públicos. A decisão rejeita o recurso do Ministério Público Federal (MPF), que defendia a proibição desses itens alegando conflito com os princípios constitucionais da liberdade de crença religiosa e da laicidade do Estado.

Com seis dos 11 votos do plenário, a posição do relator, ministro Cristiano Zanin, prevaleceu. Ele argumentou que os símbolos religiosos integram a cultura brasileira e não desrespeitam os princípios da impessoalidade e não discriminação.

Argumentos do relator

O ministro Cristiano Zanin destacou que o cristianismo desempenha um papel significativo na formação histórica e cultural do Brasil. Ele apontou que elementos religiosos permeiam diversos aspectos da sociedade, como feriados nacionais e nomes de localidades, o que justifica sua presença em espaços públicos.

“A presença de símbolos religiosos em prédios públicos, desde que tenha o objetivo de manifestar a tradição cultural da sociedade brasileira, não viola os princípios da não discriminação, da laicidade estatal e da impessoalidade”, afirmou Zanin em seu voto.

Votos favoráveis e alinhamento da Corte

Os ministros Flávio Dino, André Mendonça, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Edson Fachin acompanharam o voto do relator, consolidando a maioria. Para eles, os símbolos religiosos não configuram proselitismo e refletem a diversidade cultural e histórica do país.

O julgamento, realizado em ambiente virtual, será concluído nesta terça-feira (26). Até o momento, nenhum ministro apresentou voto contrário à manutenção dos símbolos.

Implicações para a sociedade

A decisão representa uma vitória para setores que defendem a valorização das tradições culturais do Brasil. No entanto, também reacende o debate sobre o equilíbrio entre a liberdade de crença e o papel do Estado laico.

Grupos favoráveis à decisão afirmam que os símbolos religiosos não impõem crenças e ajudam a preservar a história brasileira. Por outro lado, críticos questionam se essa prática pode gerar exclusão de minorias religiosas e não religiosas.

O impacto cultural e histórico da decisão

O voto do STF reforça a visão de que a laicidade do Estado não implica a exclusão de tradições culturais com raízes religiosas. Para especialistas, a decisão equilibra a manutenção do patrimônio cultural com o respeito à diversidade de crenças.