O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 25% sobre madeira e produtos florestais importados. A medida faz parte de um pacote de taxação que também inclui carros, semicondutores e produtos farmacêuticos. O Brasil, que tem os EUA como principal destino de suas exportações madeireiras, pode ser um dos países mais impactados pela decisão.
Novas tarifas e impactos no comércio global
Durante uma conferência em Miami, Trump afirmou que a nova tarifa entrará em vigor “no próximo mês ou antes”. A taxação segue a estratégia protecionista do governo norte-americano, que busca fortalecer a indústria local e reduzir a dependência de produtos estrangeiros.
Além da madeira, outros setores já foram atingidos por medidas semelhantes. México, Canadá e China receberam tarifas de 25% e 10%, respectivamente, como parte da política econômica de Trump. No entanto, após negociações, as tarifas para México e Canadá foram suspensas temporariamente por um mês.
Exportação de madeira do Brasil para os EUA
Os Estados Unidos são o principal mercado para os produtos madeireiros brasileiros. Desde 1997, o Brasil exportou cerca de US$ 59,5 bilhões em madeira para o país. Somente em 2024, as exportações brasileiras nesse setor somaram US$ 3,7 bilhões.
O item mais exportado é a celulose, usada em indústrias de papel, embalagens, tecidos, cosméticos, medicamentos e até biocombustíveis. Com a nova tarifa, os produtores brasileiros podem enfrentar dificuldades para manter sua competitividade no mercado norte-americano.
Brasil busca diálogo para evitar prejuízos
A decisão de Trump preocupa o governo brasileiro, que já havia sido afetado anteriormente por tarifas sobre o aço e o alumínio. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil buscará diálogo para lidar com a situação.
“A imposição de tarifas impacta diretamente o comércio e a economia. Estamos avaliando os próximos passos e buscaremos negociar alternativas que minimizem esses efeitos”, disse Alckmin na última quinta-feira (13).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre as tarifas, criticando a postura de Trump. “O Brasil não aceitará ser prejudicado por medidas protecionistas que afetam nossas exportações e empregos”, declarou.
Próximos passos e expectativas
A taxação da madeira pode ser apenas o início de uma nova fase da política comercial dos EUA. O governo norte-americano já revisou sua balança comercial e pode aplicar mais tarifas sobre outros setores.
Enquanto isso, exportadores brasileiros aguardam um posicionamento oficial e possíveis negociações para evitar prejuízos. A expectativa é que as conversas entre Brasil e Estados Unidos avancem nas próximas semanas, buscando soluções que mantenham o fluxo de comércio entre os países.