Redução significativa do garimpo e fortalecimento da fiscalização
Nos últimos dois anos, a Terra Indígena Yanomami, localizada entre o Amazonas e Roraima, tem sido palco de ações intensivas para combater o garimpo ilegal e enfrentar a crise humanitária. Segundo o governo federal, essas iniciativas reduziram 91% das atividades garimpeiras e 95,76% da abertura de novos espaços de exploração ilegal, que contaminavam rios e prejudicavam a saúde das comunidades.
Em 2024, mais de 3 mil operações conjuntas foram realizadas, envolvendo forças de segurança e civis. Essas ações desarticularam 410 acampamentos ilegais, destruíram 50 pistas de pouso clandestinas e resultaram na apreensão de 30 quilos de ouro. Um radar instalado no território agora monitora voos em baixa altitude, aumentando a eficiência na identificação de atividades criminosas.
“O objetivo é dificultar o funcionamento dessas atividades ao ponto de se tornarem inviáveis economicamente”, explicou Nilton Tubino, chefe da Casa de Governo na TI Yanomami.
Ações de saúde trazem esperança para a população
Paralelamente, medidas emergenciais de saúde impactaram positivamente as 376 comunidades indígenas, que abrigam cerca de 33 mil pessoas. A entrega de 114 mil cestas de alimentos e a liberação de R$ 1,7 bilhão em créditos extraordinários ajudaram a reduzir a desnutrição em 68% no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023.
O número de óbitos gerais caiu 27%, passando de 213 em 2023 para 155 em 2024. Houve também quedas significativas nas mortes por infecções respiratórias (-53%) e malária (-35%). O aumento de 73% no número de exames de malária permitiu diagnósticos mais precisos e tratamentos eficazes.
Segundo o presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye’Kwana, Junior Yanomami, a melhoria nas condições de saúde é visível: “A água está mais limpa, e o controle dos invasores melhorou consideravelmente.”
Desafios permanecem, mas futuro é promissor
Apesar dos avanços, os desafios ainda são significativos. A coordenadora do Conselho Indigenista Missionário, Gilmara Fernandes, alertou que atividades criminosas continuam bem estruturadas e exigem ações permanentes.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou que, embora o território não esteja 100% restaurado, a expectativa é que ele esteja completamente livre de invasores até o final do atual governo. “Estamos confiantes no progresso contínuo e na restauração desse território”, afirmou.
Conclusão: uma luta constante pela preservação
O esforço conjunto de governo, entidades civis e comunidades indígenas demonstra que, com políticas consistentes, é possível promover avanços significativos na proteção de territórios indígenas e na melhoria da qualidade de vida das populações tradicionais.