Edição Brasília

Terapia Comunitária para Mães Atípicas no HRT Encerra Ciclo de Sucesso de 9 Meses

O projeto Encontro Atípico, no Hospital Regional de Taguatinga, encerrou um ciclo de nove meses, transformando a rotina de 150 mães atípicas com foco em autocuidado e saúde mental.
Terapia Comunitária para Mães Atípicas no HRT Encerra Ciclo de Sucesso de 9 Meses

O ciclo do projeto Encontro Atípico de 2025 chegou ao fim, marcando nove meses de intensa atividade e suporte emocional no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). A iniciativa pioneira focou em oferecer terapia comunitária e um espaço seguro para mulheres que dedicam suas vidas ao cuidado contínuo de filhos com condições que exigem atenção especial, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Lançado estrategicamente em abril, mês de conscientização sobre o autismo, o projeto rapidamente se consolidou como um ponto de apoio essencial. Ao longo dos nove meses, aproximadamente 150 mulheres participaram ativamente de encontros mensais, que incluíram palestras e oficinas práticas. A diversidade da equipe de voluntários foi um diferencial crucial, abrangendo desde psicólogas e nutricionistas até educadoras físicas, fisioterapeutas e esteticistas, garantindo um olhar holístico sobre a saúde e o bem-estar das participantes.

Andréia Aquino, cirurgiã-dentista do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) do HRT e coordenadora do projeto, celebrou os resultados alcançados. “Foi um ano muito produtivo. Conseguimos perceber o quanto as mães atípicas necessitam de atenção, de serem ouvidas e, principalmente, de terem um momento dedicado exclusivamente a elas”, avalia Andréia. O projeto não apenas ofereceu informações, mas criou uma rede de apoio mútua onde as experiências e desafios eram compartilhados sem julgamentos.

O Impacto Transformador do Autocuidado Materno

Os nove meses de encontros, metaforicamente chamados de “período de gestação” do grupo, serviram para consolidar vínculos profundos entre as participantes e expandir as ambições do projeto. O foco principal da terapia comunitária era inverter a lógica do cuidado, incentivando as mães a priorizarem a própria saúde mental e física, algo frequentemente negligenciado na rotina exaustiva de cuidadoras.

Durante o encerramento do ciclo, realizado na última quinta-feira (11), os depoimentos emocionados validaram o sucesso da iniciativa. Alessandra Albuquerque, 44 anos, mãe de Bernardo, 10, resumiu o sentimento geral. “Eu consegui, através dos encontros, olhar mais para mim. A vida de mãe atípica geralmente nos exige tentar nos capacitar para cuidar dos nossos filhos. Esta foi uma oportunidade de capacitação para cuidarmos de nós mesmas”, afirmou Alessandra, destacando a importância de reabastecer as próprias energias para poder continuar oferecendo o melhor cuidado aos filhos.

A participação de profissionais voluntários de diversas áreas da saúde e bem-estar permitiu que as mães tivessem acesso a ferramentas práticas para gerenciar o estresse, melhorar a alimentação e incorporar exercícios físicos na rotina. Essa abordagem multidisciplinar é fundamental para combater a sobrecarga física e emocional que acompanha a maternidade atípica.

Com o encerramento do ciclo de 2025, o desejo unânime entre as participantes e a coordenação é a retomada imediata dos encontros no próximo ano. A necessidade de dar continuidade a essa rede de suporte é clara, garantindo que mais mulheres tenham acesso a esse espaço vital de autocuidado e pertencimento. O Hospital Regional de Taguatinga, por meio da Secretaria de Saúde, reafirma seu papel não apenas no tratamento dos pacientes, mas também no suporte às famílias e cuidadoras essenciais para a comunidade.