A partir de 4 de novembro, o Brasil dará um importante passo na luta contra a poliomielite. As tradicionais gotinhas, usadas na vacinação, serão substituídas pela vacina injetável. Essa mudança, anunciada pelo Ministério da Saúde, é baseada em critérios epidemiológicos e evidências científicas que garantem maior eficácia na imunização.
Mudança no Esquema de Vacinação
As duas doses da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) serão substituídas pela vacina inativada poliomielite (VIP). O novo esquema de vacinação prevê que as crianças recebam a 1ª dose aos 2 meses, a 2ª dose aos 4 meses, a 3ª dose aos 6 meses e a dose de reforço aos 15 meses de idade. Essa nova abordagem visa melhorar a proteção contra a doença, mantendo os altos índices de anticorpos no organismo.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES-DF) já interrompeu a aplicação da VOPb desde 28 de setembro. As crianças de 15 meses a 4 anos e 11 meses que precisam da vacinação devem comparecer às unidades básicas de saúde (UBSs) a partir de 4 de novembro para agendar as doses.
Importância da Imunização
De acordo com a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, a gotinha desempenhou um papel fundamental no controle da poliomielite ao longo dos anos. Entretanto, a substituição pela vacina injetável não significa o fim do icônico Zé Gotinha, que continua a ser um símbolo importante da saúde no Brasil. “A imunização é a forma mais eficaz de proteger as crianças. Precisamos garantir que a pólio não retorne ao nosso território”, afirmou a secretária.
Eficácia da Vacina Injetável
Após a aplicação das três primeiras doses da vacina injetável, a proteção chega a quase 100%. Essa vacina é composta por vírus inativados, facilitando a produção de anticorpos sem a presença do vírus vivo. Além disso, a nova proposta reduz o número de doses necessárias e é adequada também para crianças imunocomprometidas, aumentando ainda mais a segurança da vacinação.
Decisão Ampla e Consensual
A substituição pela vacina injetável foi amplamente discutida na Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), recebendo o apoio de representantes de sociedades científicas e dos conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). A decisão também contou com a supervisão da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Contexto da Poliomielite no Brasil
A poliomielite é uma doença contagiosa causada por um vírus que pode levar à paralisia. Desde 1989, o Brasil não detecta casos da forma selvagem do vírus. No DF, não há registros desde 1987. Apesar disso, o Ministério da Saúde continua a se esforçar para prevenir a reintrodução da doença no país, garantindo que todas as crianças estejam imunizadas.
A substituição da gotinha pela vacina injetável representa um avanço significativo na proteção das crianças brasileiras. As novas diretrizes visam não apenas melhorar a eficácia da imunização, mas também assegurar que todos os cidadãos possam usufruir de um sistema de saúde mais robusto e eficiente.