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STF reforça denúncia contra bicheiro Rogério de Andrade

STF reforça denúncia contra bicheiro Rogério de Andrade pelo assassinato de Fernando Iggnácio em 2020. Novas provas apresentadas pelo MPRJ levaram o ministro Nunes Marques a rejeitar o pedido de trancamento da ação penal, mantendo o bicheiro preso em presídio federal.
Prisão Rogério de Andrade STF
Foto: Fabíola de Andrade/Instagram

O Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou a denúncia contra o contraventor Rogério de Andrade, mantendo-o preso em presídio federal por envolvimento no assassinato de Fernando Iggnácio, ocorrido em 10 de novembro de 2020.

Novas Provas Consolidam Denúncia Contra Rogério de Andrade

O ministro Nunes Marques, relator do caso, rejeitou o pedido de trancamento da ação penal apresentado pela defesa de Andrade. Essa decisão se baseia em novas provas apresentadas pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). As evidências, consideradas suficientes pelo STF, reforçam a acusação contra o bicheiro, sobrinho de Castor de Andrade, que dominou o jogo do bicho na zona oeste do Rio de Janeiro por décadas. Fernando Iggnácio, por sua vez, era genro de Castor. A relação familiar entre os envolvidos adiciona um contexto significativo à investigação.

Vale destacar que a decisão do ministro Nunes Marques supera uma argumentação anterior da defesa. Inicialmente, a defesa alegava descumprimento de uma decisão prévia da Segunda Turma do STF, que havia determinado o trancamento de uma ação penal por considerar a denúncia fragilizada pela falta de provas. Entretanto, o ministro ressaltou que a decisão anterior permitia o oferecimento de uma nova denúncia caso surgissem novos elementos probatórios, o que, segundo ele, o MPRJ comprovou efetivamente.

Detalhes do Crime e a Decisão do STF

Fernando Iggnácio foi assassinado a tiros de fuzil AK-47 no heliporto do Recreio dos Bandeirantes, enquanto retornava de Angra dos Reis. O ataque ocorreu quando ele deixava o helicóptero e se dirigia ao seu carro, sendo atingido por vários disparos, um deles fatal na cabeça. Esse evento violento e a forma como foi executado demonstram a frieza e a organização por trás do crime.

De acordo com a denúncia apresentada à 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri, o crime foi encomendado por Rogério de Andrade, apelidado de “Patrão”, e executado por Rodrigo Silva das Neves, Ygor Rodrigues Santos da Cruz (conhecido como Farofa), Pedro Emanuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro e Otto Samuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro. A denúncia descreve a chegada dos executores em um automóvel, três deles invadindo um terreno baldio próximo ao heliporto, portando pelo menos dois fuzis, por volta das 9h da manhã do dia do crime. A precisão da descrição do evento reforça a credibilidade das informações obtidas pelas autoridades.

Em conclusão, a decisão do STF mantém a validade da nova denúncia oferecida pelo MPRJ e acolhida pela 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri da Capital, mantendo também os mandados de prisão contra Rogério de Andrade e Gilmar Eneas Lisboa, este último acusado de monitorar a rotina da vítima. A persistência do MPRJ em buscar justiça, aliada à análise criteriosa do STF, demonstra o compromisso das autoridades em elucidar o caso e responsabilizar os envolvidos.

A Prisão de Rogério de Andrade e os Desdobramentos do Caso

Com a decisão do STF, Rogério de Andrade permanece preso em um presídio federal em Mato Grosso do Sul. A rejeição do pedido de trancamento da ação penal pelo ministro Nunes Marques representa um passo significativo na investigação, fortalecendo a acusação contra o bicheiro. Além disso, a decisão enfatiza a importância das novas provas apresentadas pelo MPRJ, demonstrando a eficácia das investigações e a busca por justiça nesse caso complexo que envolve figuras de grande influência no submundo carioca.

A consequência imediata é a permanência da prisão de Rogério de Andrade, e a continuidade do processo judicial, onde a investigação prosseguirá para buscar a condenação dos envolvidos nesse crime de grande repercussão.