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STF julga Bolsonaro e aliados no 2º dia por trama golpista

Nesta quarta (3), o STF continua o julgamento de Jair Bolsonaro e sete aliados pela trama golpista de 2022. As penas para os réus podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Julgamento STF Bolsonaro aliados
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agênci

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (3) um julgamento de grande repercussão que pode selar o destino do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete de seus aliados. O grupo é acusado de orquestrar uma trama golpista com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 2022. As possíveis condenações podem resultar em penas que ultrapassam os 30 anos de prisão, sublinhando a gravidade das acusações que pesam sobre os réus.

Este julgamento, em curso na Primeira Turma do STF, concentra-se no núcleo principal da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). As sessões, que se iniciaram às 9h17, representam um momento crucial para a justiça brasileira, ao abordar as alegações de tentativa de ruptura democrática após o pleito presidencial.

Andamento dos Trabalhos no STF

A sessão desta quarta-feira (3) prossegue com a escuta das sustentações orais dos advogados dos acusados. Entre os defensores, destacam-se os que representam Jair Bolsonaro, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Além disso, o general Walter Braga Netto, que foi ministro de Bolsonaro e seu candidato a vice-presidente na chapa de 2022, também terá sua defesa apresentada neste dia.

Posteriormente, outras sessões já estão agendadas para os dias 9, 10 e 12 de setembro. Nesses encontros, espera-se que o Tribunal avance significativamente em direção à conclusão do processo. A fase de votação, que determinará a condenação ou absolvição dos oito réus envolvidos nesta primeira etapa, deverá ter início somente nas sessões futuras. A potencial aplicação de penas superiores a três décadas de reclusão ressalta a seriedade dos crimes imputados aos envolvidos.

Desenrolar do Primeiro Dia de Julgamento

Na sessão inaugural, ocorrida no dia anterior (2), o julgamento foi dividido em duas partes, uma pela manhã e outra à tarde. Em primeiro lugar, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, leu um extenso relatório da ação penal. Este documento crucial sumarizou todas as fases do processo, desde as investigações preliminares até a apresentação das alegações finais por parte das defesas e da acusação, preparando o terreno para o julgamento propriamente dito.

Posicionamentos da Corte e da Acusação

Anteriormente à leitura do relatório, o Ministro Moraes proferiu um discurso enfático em defesa da soberania nacional e da independência do sistema judiciário brasileiro. Ele afirmou categoricamente que o STF agiria com imparcialidade e não cederia a “pressões internas ou externas” durante o julgamento de Bolsonaro e seus aliados, garantindo a integridade do processo legal.

Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou sua sustentação oral, defendendo a condenação de Bolsonaro e dos demais acusados. Gonet, ao introduzir sua fala, pronunciou-se veementemente contra a impunidade, descrevendo o plano golpista como um “panorama espantoso e tenebroso”, o que ampliou o tom da acusação.

Defesas Apresentadas na Sessão Inicial

Na parte da tarde daquele dia, foram ouvidos os advogados de quatro dos réus. Entre eles, estavam os defensores de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; e Anderson Torres, que ocupou os cargos de ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal. Cada defesa buscou apresentar seus argumentos, visando contestar as acusações e proteger seus clientes.

Principais Réus Envolvidos no Núcleo 1

O grupo central de acusados nesta etapa do julgamento inclui figuras de alto escalão do governo e das Forças Armadas da gestão anterior. São eles:

  • Jair Bolsonaro: Ex-presidente da República.
  • Alexandre Ramagem: Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
  • Almir Garnier: Ex-comandante da Marinha.
  • Anderson Torres: Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.
  • Augusto Heleno: Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
  • Paulo Sérgio Nogueira: Ex-ministro da Defesa.
  • Walter Braga Netto: Ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022.
  • Mauro Cid: Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A continuidade deste julgamento no STF representa um marco significativo para o sistema jurídico e a estabilidade democrática do Brasil. A decisão da corte será aguardada com grande expectativa, dada a sua relevância e as sérias implicações para os envolvidos e para o futuro político do país.

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