Supremo acelera julgamento da segunda etapa da investigação
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (22), o julgamento que analisa a denúncia contra seis ex-integrantes do governo Bolsonaro, ligados à tentativa de golpe. Por isso, a decisão pode transformar todos os denunciados em réus ainda nesta semana.
A Primeira Turma da Corte, composta por cinco ministros, avalia se aceita as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os envolvidos. Dessa forma, a análise dá continuidade às investigações que atingem diversos núcleos ligados ao ex-presidente.
Conheça os nomes e as acusações
Os denunciados fazem parte do núcleo 2 da chamada trama golpista. Entre os investigados estão Filipe Martins e Marcelo Câmara, ambos ex-assessores de Jair Bolsonaro; Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal; o general Mário Fernandes; além de Marília de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira, ligados ao ex-ministro Anderson Torres.
A PGR acusa o grupo de organizar ações coordenadas para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota eleitoral em 2022. Segundo a denúncia, eles participaram da elaboração da chamada “minuta do golpe”, tentaram monitorar o ministro Alexandre de Moraes e influenciaram operações da PRF para dificultar o voto no Nordeste.
Além disso, o grupo teria planejado ataques à democracia utilizando recursos públicos e redes de influência institucional.
Sessão segue até quarta-feira
A sessão começou às 9h30, com pausa prevista para o almoço. Então, os ministros retomaram os trabalhos no início da tarde. Caso não finalizem a análise hoje, a Primeira Turma programou uma nova reunião para quarta-feira (23).
Se a maioria aceitar a denúncia, os seis acusados responderão criminalmente. Portanto, enfrentarão um processo penal que pode resultar em absolvição ou condenação. Até o momento, apenas o núcleo 1 foi julgado. Nele, o ex-presidente Bolsonaro e outros sete já se tornaram réus por unanimidade.
Crimes graves e penas severas
A Procuradoria listou cinco crimes supostamente cometidos pelos denunciados:
- Organização criminosa armada (pena de 3 a 8 anos);
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (pena de 4 a 8 anos);
- Golpe de Estado (pena de 4 a 12 anos);
- Dano qualificado com violência ou grave ameaça (pena de 6 meses a 3 anos);
- Deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos).
Somadas, as penas ultrapassam 30 anos, o que evidencia a gravidade das acusações.
Julgamento fortalece o sistema democrático
A Primeira Turma é formada pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. Como o regimento do STF determina, a turma do relator julga o caso.
Enquanto o julgamento avança, a sociedade observa com atenção. O STF reforça seu papel constitucional e mostra que o Estado de Direito permanece firme. Assim, o avanço do processo fortalece as instituições e envia uma mensagem clara: ações antidemocráticas não passarão impunes.
Mesmo em cenário político polarizado, o Judiciário cumpre sua função com responsabilidade e transparência.