STF Assumirá Caso de Corrupção Contra Eduardo Cunha
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (20) que cabe à Corte julgar o ex-deputado federal Eduardo Cunha. O ex-parlamentar é acusado de corrupção em um processo relacionado à apresentação de requerimentos na Câmara dos Deputados para pressionar empresários da construtora Schahin.
A decisão responde a um recurso da defesa de Cunha, que argumentou que as acusações se referem ao período em que ele exercia mandato como deputado federal. Dessa forma, o caso deve ser analisado pelo STF, com base no entendimento sobre o foro privilegiado.
Manutenção dos Atos Processuais
Embora tenha reconhecido a competência do STF, Gilmar Mendes negou o pedido da defesa para anular a decisão da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, que transformou Cunha em réu. Segundo o ministro, os atos processuais, como a citação e o recebimento da denúncia, permanecem válidos.
“Reputo válida a decisão de recebimento da denúncia proferida pelo magistrado de primeira instância, assim como atos de citação e cientificação”, afirmou Mendes.
Entendimento Sobre Foro Privilegiado
A decisão reforça o novo entendimento do STF sobre o foro privilegiado. Em setembro, o plenário formou maioria de 6 votos a 2 para manter a competência da Corte em casos envolvendo parlamentares acusados de crimes durante o mandato. No entanto, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Mesmo sem a conclusão do julgamento, Mendes aplicou a nova interpretação, destacando a importância de garantir a segurança jurídica e preservar a competência do STF.
Acusações Contra Cunha
Eduardo Cunha é acusado de usar sua posição na Câmara para pressionar empresários a pagarem vantagens indevidas. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) e aceita pela 10ª Vara Federal, levando Cunha à condição de réu.
A defesa alega que, por se tratar de fatos ocorridos enquanto Cunha era deputado, o julgamento deveria ocorrer no STF. Mendes concordou com a transferência, mas destacou que o processo já avançado na primeira instância não será invalidado.
Implicações da Decisão
A decisão reforça o papel do STF em processos envolvendo parlamentares, mesmo após o fim do mandato. Isso impede que ex-parlamentares tentem manobras judiciais para atrasar julgamentos ou anular investigações.
O caso de Cunha seguirá tramitando no STF, mas as etapas já realizadas permanecem válidas, garantindo continuidade ao processo.