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SP: Vigilância interdita 3 locais em operação contra bebida adulterada; 9 na semana

Em SP, Vigilância Sanitária interdita três locais por venda de bebidas adulteradas em Osasco e na capital nesta quinta (2), totalizando nove estabelecimentos fechados na semana.
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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A Vigilância Sanitária de São Paulo intensificou as ações de combate à venda de bebidas alcoólicas adulteradas, resultando na interdição de três estabelecimentos na última quinta-feira (2) nos municípios de Osasco e na capital paulista. Com efeito, o número de locais fiscalizados e fechados pela operação conjunta durante esta semana já alcançou nove, refletindo uma resposta contundente aos recentes casos de intoxicação por metanol registrados no estado.

Combate à Adulteração de Bebidas Intensifica Ações em São Paulo

A operação da Vigilância Sanitária, que abrangeu áreas estratégicas como Osasco e as zonas Sul e Leste da capital, visa coibir a comercialização de produtos que representam um sério risco à saúde pública. Dessa forma, as interdições são uma medida preventiva crucial, especialmente diante da preocupante ocorrência de intoxicações por metanol. Além disso, esta substância, quando presente em bebidas alcoólicas clandestinas ou adulteradas, pode causar cegueira permanente e, em situações mais graves, até mesmo a morte, uma vez que é frequentemente encontrada também em combustíveis, solventes e produtos de limpeza.

Detalhes das Fiscalizações e Irregularidades Encontradas

As fiscalizações revelaram um cenário alarmante de irregularidades. Primeiramente, na zona Sul da capital, uma adega localizada no bairro de M’Boi Mirim foi totalmente interditada. A decisão ocorreu após a constatação de inúmeras infrações sanitárias e comerciais. Nesse sentido, os fiscais identificaram não apenas produtos vencidos, como cervejas e água de coco, mas também carnes armazenadas sem o devido controle de temperatura e outros alimentos mantidos de forma inadequada.

Interdição em M’Boi Mirim: Más Condições e Produtos Irregulares

Conforme informações divulgadas pelo governo paulista, a adega de M’Boi Mirim apresentava condições de higiene deploráveis, com a presença de roedores e baratas, indicando um grave risco de contaminação. Ademais, foram encontradas caixas abertas, rotulagens incorretas e fortes indícios de que muitas bebidas comercializadas não possuíam origem comprovada, levantando suspeitas sobre sua autenticidade e segurança. Durante a ação, a Vigilância Sanitária lacrou um impressionante total de 5.585 garrafas de destilados variados. Paralelamente, a polícia apreendeu para análise seis caixas de vodka, somando 57 garrafas, provenientes de um lote da mesma distribuidora que havia sido interditada em Barueri no dia anterior, o que sugere uma rede de distribuição irregular.

Fiscalização em Cidade Líder e Osasco

Por outro lado, em uma distribuidora de bebidas situada em Cidade Líder, na Zona Leste da capital, a equipe da Vigilância Sanitária interditou 211 produtos. Estes itens foram encaminhados para análise laboratorial, a fim de verificar uma possível contaminação. Embora a empresa tenha sido autuada por conta das irregularidades, ela permanece aberta para a comercialização de outros produtos que não foram lacrados. Posteriormente, em Osasco, as ações de fiscalização resultaram na interdição completa de duas adegas, cujos detalhes das irregularidades seguem sendo investigados. Estas operações são fruto de um trabalho conjunto e cautelar, envolvendo as secretarias estaduais da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça, que verificam estabelecimentos e recolhem amostras suspeitas em diversos municípios.

A Gravidade da Intoxicação por Metanol

A intoxicação por metanol configura-se como uma emergência médica de extrema gravidade. Ao ser ingerida, essa substância é metabolizada no organismo, transformando-se em compostos altamente tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, que podem levar o paciente à morte. Os principais sinais de alerta incluem visão turva ou perda total da visão, que pode evoluir para cegueira permanente, além de um mal-estar generalizado caracterizado por náuseas, vômitos, dores abdominais intensas e sudorese. Portanto, o reconhecimento precoce desses sintomas é vital.

Canais de Denúncia e Recomendações de Saúde

Para combater a proliferação de bebidas adulteradas, os cidadãos podem utilizar diversos canais de denúncia. Suspeitas de irregularidades podem ser reportadas através do Disque Denúncia 181 ou diretamente pelo site da Polícia Civil de São Paulo, acessível em http://www.webdenuncia.sp.gov.br/cidadao/crime-acontecendo. Além disso, o Procon também está apto a receber queixas, seja pelo Disk 151 ou por meio de seu site oficial, http://www.procon.sp.gov.br, que inclusive criou um atalho específico para facilitar as denúncias relacionadas a este tipo de caso.

Emergência Médica: O que Fazer em Casos de Suspeita

A Secretaria de Saúde reforça a importância de buscar atendimento médico imediato para qualquer paciente que apresente um quadro incomum após o consumo de bebida alcoólica. Sintomas como dores abdominais intensas, tontura e confusão mental exigem atenção urgente, sendo fundamental realizar exames laboratoriais e uma avaliação oftalmológica. A intervenção médica nas primeiras seis horas após o início dos sintomas é crucial para evitar o agravamento da condição e aumentar as chances de recuperação. Caso haja identificação de sintomas relacionados à intoxicação por metanol, é imprescindível procurar imediatamente os serviços de emergência médica e entrar em contato com uma das instituições especializadas: o Disque-Intoxicação da Anvisa, no número 0800 722 6001; o CIATox de sua cidade (cuja lista pode ser consultada em https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos/ciatox) para orientação especializada; ou o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI) pelos telefones (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733, este último disponível de qualquer parte do país. É igualmente importante identificar e alertar outras pessoas que possam ter consumido a mesma bebida, recomendando-lhes que busquem avaliação e tratamento em um serviço de saúde, visto que a demora no diagnóstico e tratamento eleva significativamente o risco de um desfecho fatal.