Sorriso, no Mato Grosso, consolidou sua posição de destaque no cenário agrícola brasileiro ao registrar o valor recorde de R$ 7,2 bilhões em produção em 2024, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município, considerado a capital nacional do agronegócio, teve seu desempenho impulsionado principalmente pelas vastas lavouras de soja e milho, contribuindo significativamente para a economia do setor nacional.
Sorriso: A Capital do Agronegócio Nacional
A paisagem que caracteriza Sorriso, localizada no norte do Mato Grosso, é inconfundível. Imensas áreas de cultivo e vastos campos de pastagem dominam o horizonte, com poucas edificações pontuando a extensão territorial. Essas características, somadas à sua impressionante capacidade produtiva, justificam o título de capital nacional do agronegócio para a cidade que abriga quase 125 mil habitantes. O valor de produção agrícola de Sorriso, atingindo R$ 7,2 bilhões no ano passado, reafirma sua liderança no ranking nacional, sublinhando a importância econômica da região para o país.
O Impulso dos Grãos: Soja e Milho Lideram a Produção
Analisando os componentes desse montante expressivo, percebe-se que a soja foi o principal motor da economia agrícola de Sorriso. A oleaginosa resultou em uma colheita robusta de 2,08 milhões de toneladas, gerando um valor de produção de R$ 3,3 bilhões, o que representa quase metade do total arrecadado pelo município. Além disso, Sorriso também se destaca na produção de milho, liderando nacionalmente com R$ 2,4 bilhões em valor de produção. Outros cultivos importantes na região incluem o feijão, no qual a cidade ocupa a quarta posição nacional com R$ 195,7 milhões, e o algodão, alcançando a sexta posição com R$ 1,3 bilhão. Esses números detalhados foram extraídos da Produção Agrícola Municipal, pesquisa do IBGE que também revelou um valor total de produção agrícola para o Brasil de R$ 783,2 bilhões em 2024.
Soja no Contexto Nacional: Lideranças e Contribuições
Apesar da notável força da soja em Sorriso, é importante ressaltar que o município não detém o título de maior produtor do grão no país. Essa honra pertence a São Desidério, localizada no oeste da Bahia, que colheu 2,09 milhões de toneladas e gerou R$ 3,7 bilhões em valor de produção. O Brasil, aliás, reafirmou sua posição como o maior produtor global de soja em 2024, com uma safra impressionante de 144,5 milhões de toneladas. Em suma, a influência da soja é evidente: dos dez municípios com o maior valor de produção agrícola no país, oito têm a oleaginosa como seu principal cultivo. No entanto, há exceções notáveis, como as cidades mato-grossenses de Sapezal e Campo Novo do Parecis, cujos resultados são significativamente impulsionados pela produção de algodão.
Panorama dos Maiores Polos Agrícolas Brasileiros
A pesquisa do IBGE detalha ainda os principais municípios que compõem o topo do ranking de valor de produção agrícola nacional, com Sorriso (MT) liderando com R$ 7,2 bilhões, majoritariamente em soja. Em seguida, aparece São Desidério (BA) com R$ 6,6 bilhões, também com a soja como produto principal. Sapezal (MT) ocupa a terceira posição com R$ 5,9 bilhões, destacando-se pela produção de algodão herbáceo, e Campo Novo dos Parecis (MT) segue com R$ 5,2 bilhões, igualmente impulsionado pelo algodão. Outras cidades que figuram entre as dez mais importantes são Cristalina (GO) com R$ 5,1 bilhões, Formosa do Rio Preto (BA) com R$ 4,2 bilhões, Rio Verde (GO) com R$ 4,9 bilhões, Nova Ubiratã (MT) com R$ 4,6 bilhões, Diamantino (MT) com R$ 4 bilhões e Nova Mutum (MT), também com R$ 4 bilhões, todas com a soja como produto principal. A forte presença de seis cidades mato-grossenses nesta lista é um indicativo claro do poderio do estado como um dos principais celeiros do Brasil.
Mudanças na Dinâmica dos Estados Produtores
A análise do IBGE também revelou uma interessante mudança na participação dos estados no valor total da produção agrícola nacional entre 2023 e 2024. Mato Grosso, que continua na liderança, viu sua fatia diminuir de 18,8% para 15,4%. Por outro lado, São Paulo aumentou sua participação de 13,8% para 15,1%, estreitando consideravelmente a diferença entre os dois estados de 5 pontos percentuais para apenas 0,3 p.p. em um único ano. Em 2024, a participação dos cinco estados com as maiores fatias do valor total da produção agrícola nacional foi: Mato Grosso (15,4%), São Paulo (15,1%), Minas Gerais (11,1%), Rio Grande do Sul (9,7%) e Paraná (9,2%).
De acordo com o IBGE, a queda percentual de Mato Grosso pode ser atribuída a uma redução tanto na produção quanto na cotação da soja e do milho. Em contraste, São Paulo experimentou um aumento significativo no valor de produção da laranja, da qual é o maior produtor nacional, e também do café arábica, onde se destaca como o segundo maior produtor do país, atrás apenas de Minas Gerais. Por fim, o estado do Paraná, que anteriormente ocupava a terceira posição no ranking, recuou para a quinta colocação devido a desafios enfrentados na safra de verão, que foi seriamente comprometida por condições climáticas adversas.
