Edição Brasília

Sindicato dos Roteiristas fecha acordo com estúdios e greve deve chegar ao fim

Paralisação dura um total de quatro meses

Depois de 146 dias, a greve dos roteiristas de Hollywood parece que vai chegar ao fim. O Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos (WGA) fechou um acordo com a Aliança dos Estúdios de TV e Cinema (AMPTP) para retomar as atividades e em breve uma votação deve ser feita para efetivar o novo contrato.

O WGA enviou a notícia por e-mail dizendo o seguinte, segundo THR: “Chegamos a um acordo provisório sobre um novo contrato para 2023, o que significa um acordo sobre todos os pontos do contrato, sujeito à elaboração do texto final. Podemos dizer, com grande orgulho, que este acordo é excepcional – com ganhos e proteções significativos para escritores em todos os setores da associação”. De acordo com fontes do site, a votação para aprovar o contrato deve acontecer na terça-feira, quando os detalhes do acordo devem ser divulgados.

O acordo foi fechado depois de quatro dias seguidos de reunião entre a WGA e a AMPTP descrita como “positiva e esperançosa” pelos roteiristas. A categoria exigiu aumento nos ganhos. Durante a última década, os serviços de streaming aumentaram consideravelmente o número de séries e episódios sendo lançados, mas o salário do grupo ficou parado. Se antes, havia seriados com até 20 episódios, garantindo um salário semanal por boa parte do ano, agora as produções menores tem menos episódios e, naturalmente, os roteiristas ganham menos. Há, também, a questão dos pagamentos residuais, talvez a principal questão dentro desse tópico.

Antigamente, quando uma série ou filme era licenciado para ser reexibido em televisão ou vendido por DVDs, o roteirista recebia um valor de acordo com isso. Com os serviços de streaming, essas distribuições praticamente acabaram e uma taxa fixa foi instituída. A proposta do WGA é instituir uma taxa que leva em consideração a quantidade de assinantes num serviço de streaming, e a quantidade de pessoas que assistiram a uma produção. Essa demanda vai na direção oposta dos métodos de Netflix, Apple, Amazon e outros, que nunca divulgam o número exato de pessoas que assistiram a seus filmes e séries.

Entre as demandas, também está a regulamentação de inteligência artificial e ferramentas como o ChatGPT, e o fim das “mini-salas de roteiristas,” uma prática que os estúdios começaram a colocar em ação antes de uma série receber a luz verde para produção. É comum, nesses casos, que um grupo de roteiristas se reúna para concluir o roteiro e seja dispensado logo depois.

O que acontece agora?

Por fim, a conclusão da greve dos roteiristas também derruba um entrave para a retomada das negociações entre estúdios e o Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA).

Fonte: https://www.chippu.com.br/noticias/greve-dos-roteiristas-chega-ao-fim-2023