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Sete décadas de tensão: Índia e Paquistão reacendem disputa histórica pela Caxemira

Conflito entre Índia e Paquistão na Caxemira reacende risco de guerra

Foto: Frepik IA

Escalada recente reacende alerta global

Nas últimas semanas, Índia e Paquistão trocaram bombardeios na região da Caxemira, localizada ao norte dos dois países. Os ataques deixaram dezenas de mortos e reacenderam uma tensão antiga, mas nunca resolvida, entre duas potências nucleares. Por isso, a comunidade internacional voltou a demonstrar preocupação com a possibilidade de uma nova guerra.

Embora os confrontos sejam localizados, o risco de escalada é elevado. Isso ocorre porque o território disputado tem sido fonte de conflito desde a independência das duas nações, em 1947.

Divisão que gerou uma rivalidade histórica

Em 15 de agosto de 1947, a Índia conquistou sua independência do domínio britânico. Ao mesmo tempo, nasceu o Paquistão como um Estado separado, majoritariamente muçulmano. Assim, milhões de pessoas migraram entre os dois territórios, em um processo violento que resultou em mais de um milhão de mortes.

Naquele mesmo ano, começou o primeiro conflito armado pela Caxemira, região que se tornou o centro das disputas territoriais. Desde então, Índia e Paquistão entraram em guerra ao menos três vezes, e continuam reivindicando controle total sobre a área.

Conflitos armados marcaram o século XX

Além da guerra de 1947, houve novas ofensivas em 1965 e 1971. Esta última culminou na independência de Bangladesh, antes parte oriental do Paquistão. Entre os motivos, destacam-se o nacionalismo, a religião e interesses estratégicos na Caxemira.

Em 1999, ocorreu o conflito de Cargil. Na época, tropas paquistanesas e militantes atravessaram a Linha de Controle que divide a Caxemira. A resposta da Índia foi rápida e intensa, resultando em mais de mil mortos. Desde então, os episódios de violência se tornaram frequentes, ainda que em menor escala.

Insurgência e atentados prolongam a tensão

A partir de 1989, insurgentes armados iniciaram uma revolta na Caxemira indiana. O grupo busca a independência ou a unificação com o Paquistão. A Índia acusa o governo paquistanês de treinar e financiar os rebeldes, o que Islamabad nega. Enquanto isso, cerca de 500 mil soldados indianos permanecem posicionados na região.

Além disso, episódios como o ataque em Mumbai, em 2008, e o atentado em Pulwama, em 2019, aumentaram a animosidade. Ambos os eventos resultaram em confrontos diretos entre os dois países, inclusive com bombardeios e abatimento de aeronaves militares.

Diplomacia ainda é possível, apesar das tensões

Apesar dos conflitos, os dois países já retomaram o diálogo em diversos momentos. Em 2003, estabeleceram um cessar-fogo. Mais tarde, em 2015, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visitou o Paquistão, em gesto diplomático importante.

No entanto, a revogação do status especial da Caxemira indiana, em 2019, gerou nova crise. Mesmo assim, analistas acreditam que os canais diplomáticos podem evitar uma guerra aberta. Afinal, ambas as nações sabem que um conflito armado seria desastroso para a região.

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