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Senado aprova marco regulatório para uso da inteligência artificial

Proposta estabelece princípios éticos e define regras para sistemas de alto risco; texto segue para apreciação na Câmara dos Deputados.
Regras para uso de Inteligência Artificial
Foto: Rawpick/Freepick

Princípios fundamentais para a inteligência artificial

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (10) o marco regulatório para o uso da inteligência artificial (IA) no Brasil. A proposta busca equilibrar o avanço tecnológico com valores éticos e democráticos. Agora, o texto será analisado pela Câmara dos Deputados.

O projeto estabelece que a IA deve ser desenvolvida com transparência, segurança, confiabilidade e respeito aos direitos humanos. Além disso, o texto reforça a importância de promover a inovação, a livre iniciativa e a concorrência.

“Esta legislação é um marco para o país. Ela estabelece diretrizes claras para garantir que a tecnologia seja usada de forma ética e segura, preservando direitos fundamentais”, afirmou o relator, senador Eduardo Gomes (PL-TO).

Sistemas de IA de alto risco

O texto também lista os sistemas de IA considerados de alto risco, aqueles que podem causar danos significativos à sociedade ou a indivíduos. Entre os exemplos estão:

  • Controle de trânsito e redes de abastecimento de água e energia;
  • Sistemas de diagnóstico médico e procedimentos de saúde;
  • Veículos autônomos em espaços públicos;
  • Plataformas utilizadas para recrutamento ou promoção de trabalhadores;
  • Inteligências artificiais empregadas na Justiça para investigações criminais.

Esses sistemas deverão atender a requisitos mais rígidos de segurança e supervisão, para mitigar os riscos associados à sua utilização.

Proibições importantes

O projeto proíbe o desenvolvimento de sistemas que comprometam a saúde, a segurança ou os direitos fundamentais. Entre as proibições está a criação de ferramentas para classificar cidadãos com base em comportamento social de maneira ilegítima.

Outra vedação diz respeito a sistemas que facilitem exploração ou abuso sexual infantil. A proposta também impede o uso de IA para monitorar ou discriminar pessoas no acesso a bens e serviços essenciais.

Exclusão das big techs

Durante a tramitação no Senado, os dispositivos que classificavam como alto risco os sistemas usados por big techs para análise e distribuição de conteúdo foram retirados. Essa exclusão ocorreu após acordo entre as bancadas, permitindo a aprovação do texto.

“A exclusão foi estratégica para avançarmos com o projeto, mas o debate sobre o papel das plataformas digitais no uso da IA continuará em outras frentes”, destacou o relator.

Próximos passos

Após a aprovação no Senado, a proposta segue para a Câmara dos Deputados. Se aprovada, será um passo importante para regular o uso da inteligência artificial no Brasil, promovendo inovação responsável e proteção de direitos.