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Sem horário de verão em 2025: Brasil tem segurança energética, diz Silveira

O ministro Alexandre Silveira confirmou nesta terça-feira que o Brasil não terá horário de verão em 2025, atribuindo a decisão à robusta segurança energética do país e ao bom planejamento.
Brasil sem horário verão 2025
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O Brasil não implementará o horário de verão em 2025, uma decisão confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta terça-feira. A medida reflete a confiança do governo na robusta segurança energética do país e na eficácia do planejamento estratégico em curso. Dessa forma, a população poderá desfrutar de um ano sem a tradicional alteração nos relógios, sem que isso comprometa o fornecimento de energia elétrica.

Segurança Energética e Planejamento do Setor

O ministro Alexandre Silveira declarou, em 14 de maio, que o governo federal possui “completa segurança” de que o país não precisará adotar o horário de verão neste ano. Segundo ele, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) desempenha um papel crucial, reunindo-se mensalmente para avaliar a segurança energética nacional e, além disso, garantir a modicidade tarifária, princípio que assegura a cobrança de preços justos ao consumidor. Em decorrência de um planejamento cuidadoso e dos índices pluviométricos favoráveis registrados nos últimos anos, o Brasil alcançou uma condição de segurança energética “completa e absoluta” para o período corrente, conforme destacou o ministro.

Silveira relembrou, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, que o sistema elétrico brasileiro depende intrinsecamente das usinas hidrelétricas. Estas, por sua vez, são essenciais para a garantia da segurança energética do país. Contudo, elas necessitam do apoio das usinas térmicas para complementar a geração quando necessário. Portanto, o governo está investindo no fortalecimento dessa matriz, e, consequentemente, anunciou o lançamento de um leilão de térmicas já para a próxima semana, visando otimizar a infraestrutura existente e futura.

Investimento em Renováveis e Armazenamento de Energia

O Brasil possui uma vasta capacidade para a produção de energia renovável, uma fonte limpa e sustentável. Entretanto, uma de suas características inerentes é a intermitência, pois a geração depende diretamente de fatores naturais como o vento e a luz solar. Para superar esse desafio, o governo federal está apostando em tecnologias inovadoras de armazenamento, como as baterias de grande escala. Assim, espera-se mitigar as flutuações na oferta de energia e garantir maior estabilidade ao sistema.

As energias renováveis, apesar de seus benefícios ambientais, são “ainda intermitentes”, pontuou o ministro. Por esse motivo, existe uma grande expectativa para o lançamento de um leilão de baterias ainda este ano. Com esta iniciativa, o objetivo é “literalmente armazenar vento”, transformando a energia eólica em uma fonte mais constante. Da mesma forma, será possível armazenar a energia solar, permitindo que ela seja utilizada até tarde da noite, por exemplo, “até 22 horas armazenada”, conforme explicou Silveira. Este sistema de armazenamento, de fato, promete estabilizar significativamente a rede elétrica nacional.

Desafios Globais e a Robustez do Sistema Brasileiro

Alexandre Silveira enfatizou que a instabilidade gerada por energias intermitentes não é um problema exclusivo do Brasil, mas sim uma questão global. Ele citou, por exemplo, o apagão que afetou a Península Ibérica em abril, ressaltando que Portugal e Espanha “sofreram agora recentes apagões de longo prazo por causa dessas intermitências”. Este incidente serve como um lembrete da importância de sistemas de apoio robustos para integrar fontes renováveis de forma eficiente.

Ainda assim, o ministro garantiu que o sistema energético brasileiro é “muito robusto” e, além disso, conta com um planejamento “muito bem feito”. É por esta razão que o governo descarta a necessidade de retomar o horário de verão em 2025. Silveira concluiu sua fala reiterando o compromisso inabalável do governo: “O que não pode é faltar energia para o povo brasileiro.” Consequentemente, ele afirmou que, caso fosse estritamente necessário, o governo teria “coragem completa e absoluta” de implementar o horário de verão, independentemente das controvérsias e opiniões divergentes sobre o tema, priorizando sempre a segurança do abastecimento.