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Saúde do DF alerta para crescimento de AVC entre jovens e reforça importância da prevenção

Número de casos em menores de 45 anos aumenta, e especialistas destacam riscos do estilo de vida moderno e a necessidade de diagnóstico precoce.
SAÚDE NO DF
Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde

Estilo de vida moderno coloca jovens em risco

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), antes comum entre idosos, agora preocupa também os jovens. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) observou um aumento significativo nos casos entre pessoas com menos de 45 anos.

Segundo a neurologista Letícia Rebello, fatores como sedentarismo, alimentação desequilibrada, obesidade e tabagismo — incluindo cigarros eletrônicos — contribuem para esse crescimento. Além disso, o controle ineficiente de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, agrava o cenário.

“A juventude atual enfrenta muitos estímulos prejudiciais à saúde cardiovascular”, afirmou Rebello. “Com isso, vemos mais jovens enfrentando uma condição que, até pouco tempo, era quase exclusiva dos mais velhos.”

Dois tipos de AVC exigem atenção específica

De forma geral, existem dois tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico. O primeiro, responsável por cerca de 85% dos casos, ocorre devido à obstrução de vasos. Já o hemorrágico, embora mais raro, pode ter consequências graves.

Entre os jovens, o tipo hemorrágico muitas vezes se associa a malformações cerebrais. Por isso, segundo Rebello, é essencial investigar causas como aneurismas e malformações arteriovenosas, especialmente quando não há histórico de doenças cardiovasculares.

Além disso, estudos recentes indicam que a exposição à poluição do ar aumenta o risco de AVC em todas as faixas etárias. A revista The Lancet divulgou dados que relacionam diretamente a qualidade do ar com o aumento desses episódios neurológicos.

Jovens têm melhor recuperação, mas tratamento deve ser rápido

Apesar do risco, jovens geralmente apresentam maior potencial de recuperação. A idade, por si só, favorece um prognóstico mais positivo. No entanto, a resposta ao tratamento também depende da gravidade do caso e da agilidade no atendimento.

Pacientes com quadros mais complexos, como perda de fala ou movimentos, devem iniciar reabilitação o quanto antes. “O acompanhamento inclui fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e suporte contínuo de médicos fisiatras”, detalhou Rebello.

Portanto, mesmo diante de um episódio grave, jovens têm mais chances de recuperar sua autonomia. Essa possibilidade reforça a importância do diagnóstico precoce e da continuidade no cuidado.

Prevenção continua sendo a melhor alternativa

A SES-DF reforça que a prevenção ainda é a principal forma de combater o AVC. Por isso, é fundamental adotar hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas, controlar a pressão arterial e evitar o cigarro.

Além disso, o acompanhamento médico regular se torna ainda mais relevante em pessoas com histórico familiar de doenças cardiovasculares. Avaliações periódicas podem detectar fatores de risco silenciosos antes que causem problemas.

Por fim, reconhecer os sinais de alerta pode salvar vidas. Entre os sintomas mais comuns estão: dormência ou fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender, perda súbita da visão e dor de cabeça intensa sem causa aparente. Em caso de suspeita, o recomendado é ligar para o Samu (192) ou buscar o hospital mais próximo imediatamente.so de suspeita, a orientação é ligar imediatamente para o Samu (192) ou ir ao hospital mais próximo.hospitalar imediato.