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São Paulo vive semana crítica com queimadas e reservatórios no limite

São Paulo enfrenta uma semana crítica com risco elevado de queimadas em várias regiões e reservatórios operando no limite, com o Cantareira já em situação de emergência.
São Paulo queimadas reservatórios
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo se encontra em um período de grande vulnerabilidade, enfrentando simultaneamente um alto risco de incêndios florestais em diversas de suas regiões e a preocupante condição de seus reservatórios hídricos operando em níveis mínimos. O Sistema Cantareira, por exemplo, já está em estado de emergência. A conjugação de fatores climáticos adversos, caracterizada por um clima seco persistente, exige, portanto, atenção imediata e contínua das autoridades e da população paulista.

Risco Elevado de Incêndios Florestais em São Paulo

A intensa estiagem que atinge tanto a capital paulista quanto o interior do estado tem gerado um cenário delicado, afetando uma região que abriga mais de 10% da população brasileira. Consequentemente, a Defesa Civil do Estado de São Paulo mantém um alerta elevado para o risco de queimadas em vegetação, que se estende por praticamente todo o território. Áreas específicas, como Ribeirão Preto, Bauru, Araraquara e Presidente Prudente, encontram-se em um patamar de emergência, indicando a criticidade da situação.

Adicionalmente, o alerta vermelho para incêndios se concentra de forma significativa no Vale do Paraíba, na própria Região Metropolitana de São Paulo e no litoral sul. Nessas localidades, a combinação de baixa umidade do ar e ventos constantes cria condições extremamente propícias para a rápida propagação do fogo, aumentando a complexidade da prevenção e do combate. Em um comunicado oficial, a Defesa Civil enfatizou que as condições críticas, típicas do período de estiagem, continuam a exigir uma vigilância redobrada e uma prontidão exemplar por parte das equipes municipais e estaduais de resposta.

Posteriormente, a faixa leste do estado, incluindo o Vale do Ribeira e o litoral norte, deverá ser elevada ao status de situação de emergência a partir da próxima segunda-feira, dia 6. Entretanto, espera-se que o cenário comece a apresentar sinais de melhora na terça-feira, dia 7, com uma recuperação mais sensível prevista somente para a quarta-feira, dia 8. Neste domingo, dia 5, foram reportados focos de incêndio de grandes proporções em municípios como Presidente Venceslau, Presidente Prudente, Espírito Santo do Pinhal e Itapura, embora, felizmente, sem registro de vítimas.

Situação Crítica dos Reservatórios Paulistas

A intensidade da seca na região tem impactado diretamente o nível dos reservatórios de água, que diminuem a um ritmo preocupante de aproximadamente 0,3% das reservas por dia. Neste último domingo, as reservas hídricas totais estavam em 30,3%. Este patamar de 30% é considerado um marco crítico; a partir dele, o sistema é classificado em situação emergencial.

Tal situação já se verifica no maior reservatório do estado, o Sistema Cantareira, que opera em emergência desde o primeiro dia de outubro. A contínua queda nos níveis de água não apenas acende um alerta para o abastecimento público, mas também reflete a gravidade das condições climáticas adversas que persistem em São Paulo, demandando medidas de conservação e gestão hídrica rigorosas por parte das autoridades competentes.

Panorama Nacional das Queimadas

Em um cenário nacional, o estado do Maranhão ultrapassou o Mato Grosso e agora detém o maior número de registros de queimadas no país este ano, contabilizando 11.511 focos até o momento. Este número representa, por outro lado, uma queda de 4% em comparação ao total de focos registrados em 2024. O Maranhão, entre os estados com grande incidência de focos, é o único que não apresentou uma redução significativa neste ano, demonstrando uma variação praticamente nula desde 2022 e indicando uma possibilidade de aumento em relação aos últimos três anos.

O Mato Grosso, que se destacou negativamente no ano anterior, registrou uma expressiva diminuição de 80% nos focos. Contudo, ainda ocupa a segunda posição na lista, com 9.399 focos em 2025 (dado conforme informação original). O Tocantins, por sua vez, aparece em terceiro lugar com 8.849 focos, e experimentou uma queda de 42% em suas ocorrências. No geral, o Brasil registrou 81.374 focos de queimadas até outubro, representando uma notável redução de 62% em relação a 2024 e marcando o valor mais baixo da década. Essas estatísticas alarmantes, porém com sinais de melhora em algumas regiões, são compiladas e divulgadas pelo portal do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).