Milhares de ativistas, representantes de movimentos sociais e centrais sindicais tomaram as ruas de São Paulo, especificamente a Praça da República, em um ato vibrante no feriado de 7 de setembro. A mobilização teve como foco principal a defesa da soberania nacional e uma forte oposição à anistia para os envolvidos em atos antidemocráticos. Além disso, o evento reforçou uma série de pautas urgentes relacionadas aos direitos dos trabalhadores e à justiça social no Brasil.
Reivindicações Sociais e Luta por Direitos
O protesto não apenas ocupou a Praça da República, mas também se estendeu por uma avenida adjacente, exibindo inúmeras bandeiras e faixas. A multidão, portanto, manifestou-se ativamente por uma soberania popular robusta e por demandas trabalhistas cruciais. Entre as principais reivindicações, destacaram-se o fim da jornada de trabalho 6×1, a isenção do Imposto de Renda para cidadãos com rendimentos de até R$ 5 mil e, em seguida, a implementação de uma taxação progressiva que alcance as camadas mais ricas da sociedade. Contudo, a mobilização também expressou veemente oposição à anistia de crimes políticos e a intervenções externas, como o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump.
Vozes da Mobilização e a Defesa da Democracia
Diversas lideranças se manifestaram durante o ato, fortalecendo as mensagens de resistência e perseverança. Gilmar Mauro, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), ressaltou a resiliência dos movimentos sociais. Ele afirmou que, apesar de terem enfrentado governos de direita, superado uma pandemia e um regime neofascista, e ainda confrontado tentativas de golpe militar, os militantes permanecem firmes na Praça da República, decididos a não permitir que adversários prevaleçam. Em outras palavras, seus movimentos formaram ativistas sérios e engajados, e não covardes.
Ademais, Antônio Donato, deputado estadual e líder do PT na assembleia paulista, enfatizou a importância da ocupação tanto das ruas quanto das redes sociais para combater os ataques à soberania e proteger a democracia. Ele alertou sobre uma “nova tentativa de golpe”, que seria a anistia. Portanto, o deputado frisou a necessidade de o povo demonstrar seu repúdio à anistia nas ruas, uma mensagem que estava clara no evento da Praça da República.
As bandeiras levantadas pelos manifestantes também abrangiam programas governamentais e a atuação do sistema judiciário. Os discursos, por conseguinte, rememoraram o julgamento de Jair Bolsonaro e dos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Além disso, foram feitas menções ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e às mobilizações da direita em prol da anistia. Miguel Torres, dirigente da Força Sindical, por exemplo, discursou contra as intervenções dos Estados Unidos no continente. Ele declarou que, embora o encontro fosse para celebrar conquistas, era também para reafirmar a luta contra a invasão territorial, a interferência estrangeira na soberania e a impunidade, rejeitando qualquer projeto de anistia em curso. Consequentemente, Torres salientou a imperiosa vigilância contra políticos que negligenciam os interesses da sociedade e conspiram contra o Brasil.
Contraste e Contexto Político-Social
A lembrança do ato bolsonarista, planejado para o mesmo dia na capital paulista, permeou os discursos e entrevistas. Ricardo Bonfim, coordenador-geral da Central de Movimentos Populares, expressou que a democracia estaria comprometida caso a anistia fosse aprovada. Segundo ele, tal medida desmotivaria os brasileiros, a comunidade internacional e a própria Justiça do Brasil. Bonfim celebrou a liberdade democrática que permite tanto a manifestação da extrema direita na Avenida Paulista quanto a dos movimentos sociais na Praça da República. Em contrapartida, ele observou que, se dependesse dos opositores, um golpe teria sido efetivado, impossibilitando a livre manifestação popular.
Engajamento e Legado de Militância
A diversidade da mobilização na Praça da República era evidente nos rostos, vestimentas e cores, congregando militantes de todos os partidos de esquerda, desde os mais tradicionais até as agremiações mais recentes. Malvina Joana de Lima, pedagoga aposentada e petista há 44 anos, representa a persistência desse engajamento. Ela, que dedicou 580 dias à vigília Lula Livre, afirmou que nem o frio nem a chuva a afastam das ruas, mesmo aos 72 anos de idade. Malvina expressou sua crença na luta pela pátria, declarando que o Brasil pertence aos brasileiros e não a influências externas, como Donald Trump. Posteriormente, ela manifestou esperança de que os responsáveis pelos atos contra a democracia sejam devidamente responsabilizados.
Maria das Graças, auxiliar de enfermagem aposentada e participante ativa do movimento de moradia, também marcou presença desde o início da manhã. Ela ressaltou a importância de sair às ruas em pleno 7 de setembro para defender a pátria e demonstrar as aspirações populares. Assim, sua participação reflete a convicção de que é fundamental manter o engajamento e a luta contínua. Para finalizar, o ato contou com a presença de ministros do governo federal, como Luiz Marinho (Trabalho) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), que representaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto ele acompanhava os desfiles em Brasília.