Domingo, 15 de junho de 2025, marcou um dia de intensa mobilização em São Paulo em apoio ao povo palestino na Faixa de Gaza. Milhares de pessoas participaram de uma marcha, integrando-se à “Marcha Global para Gaza”, um movimento internacional que une ativistas, organizações sociais e movimentos populares em defesa dos direitos humanos na região.
Manifestação em São Paulo pede fim da violência em Gaza
A manifestação paulistana, apoiada por sindicatos, organizações populares e políticos de esquerda, percorreu o centro da cidade, expressando sua solidariedade à população de Gaza que sofre com a crise humanitária causada pelos ataques militares de Israel. O clima foi de unidade e indignação, com participantes clamando por um cessar-fogo imediato.
Entre as reivindicações centrais, destacou-se o apelo ao governo brasileiro para o rompimento das relações comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu. Além disso, os manifestantes pediram apoio à caravana humanitária que se dirige à cidade de Rafah, localizada ao sul da Faixa de Gaza, para levar ajuda à população sitiada.
Vozes da Manifestação: Pedidos de Cessar-Fogo e Isolamento Internacional
Diversas vozes se fizeram presentes na manifestação. A ativista Soraya Misleh, de origem palestina e participante ativa das mobilizações desde o início do conflito, qualificou a marcha como histórica, destacando a união da comunidade árabe palestina no Brasil com partidos e movimentos sociais. Em suas palavras, o povo palestino pede “isolamento internacional aos moldes do que foi feito em relação ao apartheid na África do Sul nos anos 90”. Ela comparou a situação atual em Gaza a “um holocausto” e um “bloqueio criminoso”, descrevendo-o como uma “solução final na contínua Nakba”, catástrofe que persiste há mais de 77 anos.
Outro participante, o pesquisador criativo Cauê Teles, acompanhado de seu filho Guido, de 8 anos, reforçou o pedido de rompimento das relações com Israel. “A gente está vindo aqui para poder demandar que o nosso governo rompa as relações com Israel, como vários outros governos já estão fazendo, como a Colômbia, porque a gente não pode continuar apoiando o Estado colonial, que está fazendo um genocídio”, afirmou. Guido, por sua vez, enfatizou a importância do protesto, lembrando que as crianças são as principais vítimas dos bombardeios.
Uma professora, que preferiu o anonimato por medo de retaliações, expressou sua indignação com a escalada do conflito e os ataques ao Irã, salientando a urgência de ações concretas: “Precisamos fazer alguma coisa”. Sentimento semelhante compartilhou o administrador André Luiz, que acredita ser imprescindível o rompimento de relações diplomáticas e comerciais com Israel.
Trajeto e Encerramento da Marcha
A marcha, que se desenvolveu pacificamente, iniciou na Praça Roosevelt e seguiu em direção à Praça Cinquentenário de Israel, em Higienópolis. No entanto, a pedido da polícia, a manifestação foi encerrada antecipadamente na Praça Charles Miller, sem que fosse divulgado o motivo dessa solicitação.
Contexto do Conflito e Mobilização Nacional
A manifestação em São Paulo se insere no contexto de uma grave crise humanitária em Gaza, onde ataques aéreos e disparos israelenses causaram a morte de, pelo menos, 45 palestinos em 14 de junho, segundo a agência Reuters, a maioria próxima a um ponto de distribuição de ajuda. Além de São Paulo, outras cidades brasileiras, incluindo Belo Horizonte, Boa Vista, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Rio Grande (RS), também realizaram marchas em solidariedade ao povo palestino.
Em suma, a manifestação em São Paulo representou um importante ato de protesto contra a violência em Gaza, unindo diversos segmentos da sociedade civil em uma demonstração de apoio ao povo palestino e em demanda por um cessar-fogo imediato e o rompimento das relações comerciais com Israel. O evento reforça a crescente preocupação internacional com a crise humanitária na região e o apelo por uma solução pacífica para o conflito.