O ministro do Turismo, Celso Sabino, comunicou oficialmente sua saída da pasta na tarde desta sexta-feira (26). A decisão, anunciada no Palácio do Planalto após um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alinha-se diretamente ao rompimento do União Brasil, partido ao qual Sabino é filiado, com a base de apoio governista. Este movimento já era esperado desde o anúncio do partido, que havia concedido um prazo para que seus membros deixassem posições no governo federal.
O Rompimento do União Brasil com o Governo
A crise política que culminou na exoneração de Sabino teve seu ápice em 18 de setembro, quando o União Brasil divulgou formalmente seu afastamento da base aliada do governo Lula. Em seguida, a legenda estabeleceu um prazo de 24 horas para que todos os seus filiados ocupantes de cargos ou funções comissionadas na esfera federal entregassem seus postos. Esta medida drástica do partido, portanto, impôs a Celso Sabino a necessidade de se desvincular do Ministério do Turismo para cumprir as diretrizes partidárias.
O União Brasil é uma força política significativa, e seu desligamento representa uma baixa considerável para a articulação do governo. Além disso, a determinação em solicitar a saída de todos os seus membros comissionados demonstra a seriedade do rompimento e a intenção de solidificar uma posição de independência ou oposição. Dessa forma, a saída de Sabino é uma consequência direta e esperada dessa nova configuração política.
A Conversa no Planalto e a Carta de Desligamento
Ao se dirigir à imprensa após o encontro com o presidente Lula, Celso Sabino confirmou a entrega de sua carta de demissão. Ele explicou que sua ação visava “cumprir o meu papel”, em virtude da decisão de seu partido de não mais fazer parte da base de apoio governamental. “Entreguei ao presidente a minha carta e o meu pedido de saída do Ministério do Turismo, cumprindo a decisão do meu partido”, reiterou o ministro, destacando sua lealdade à agremiação política.
Apesar da formalização de seu desligamento, Sabino revelou que ainda participará de um compromisso oficial como ministro. Ele acompanhará o presidente Lula em Belém, na próxima sexta-feira (3), para a inauguração de obras relacionadas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), agendada para ocorrer na capital paraense em novembro. Sabino, que assumiu o cargo de ministro em julho de 2023, deixará definitivamente a pasta após esta última agenda, marcando o encerramento de sua gestão no Turismo.
Diálogo e Perspectivas para o Futuro Político
Questionado sobre a possibilidade de deixar o União Brasil para permanecer no governo, Celso Sabino enfatizou sua crença no diálogo. Ele expressou o desejo de continuar o trabalho que vinha desenvolvendo, sugerindo que “os homens públicos que têm compromisso com a nação brasileira vão trabalhar juntos pelo bem do país”. Consequentemente, o ministro deixou em aberto a possibilidade de novas articulações.
Sabino indicou que houve um aceno do presidente Lula para ampliar esse diálogo com o União Brasil. “A minha vontade é clara, é continuar o trabalho que a gente vem fazendo”, afirmou. Assim, ele mencionou que o presidente “acenou com essa possibilidade de ampliar esse diálogo junto com o partido União Brasil para que a gente possa ver como vai ser as cenas do próximo capítulo”, sinalizando que o cenário político ainda pode sofrer reviravoltas ou negociações. Portanto, embora sua saída seja confirmada, as portas para futuras colaborações ou alianças ainda parecem abertas.
Outras Baixas na Base Governamental
Além do União Brasil, outro partido que também anunciou sua saída do governo federal foi o PP. No primeiro escalão governista, o filiado do PP é André Fufuca, que atualmente comanda o Ministério dos Esportes. Entretanto, até o momento, não há uma confirmação oficial sobre a possível saída de Fufuca de seu cargo. Esta situação adiciona mais um elemento de incerteza ao rearranjo da base de apoio do governo, à medida que Lula busca consolidar sua governabilidade em meio a estas defecções partidárias.