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Rui Costa: Revisão do IR movimentará economia ao isentar mais de 20 milhões

O ministro Rui Costa afirmou nesta quarta-feira (27) que a revisão da tabela do Imposto de Renda, ao isentar mais de 20 milhões de contribuintes, impulsionará a economia do país a partir de 2026.
Rui Costa Imposto Renda
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A revisão da tabela do Imposto de Renda (IR), que promete isentar mais de 20 milhões de contribuintes a partir de 2026, deverá impulsionar significativamente a economia brasileira. Essa é a avaliação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que nesta quarta-feira (27) detalhou os planos do governo para a medida.

Impacto na Economia e Consumo

A ampliação do número de cidadãos isentos de pagar o Imposto de Renda tende a gerar um aumento no consumo e no comércio, beneficiando, consequentemente, a economia nacional como um todo. A expectativa do governo é que, uma vez implementada, a proposta beneficie mais de 20 milhões de pessoas em todo o país. Nesse sentido, os valores que deixarão de ser recolhidos pelos contribuintes terão como destino principal a aquisição de bens essenciais, como alimentos em supermercados e feiras, vestuário para os filhos e medicamentos. Além disso, uma parte será direcionada a despesas com lazer, ajudando a movimentar ainda mais o fluxo econômico.

O ministro, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), explicou que a iniciativa visa garantir mais qualidade de vida. Ele ressaltou que o objetivo é possibilitar que os cidadãos possam adquirir mais itens essenciais para suas famílias, aprimorar a alimentação e até mesmo desfrutar de momentos de lazer. Portanto, Rui Costa enfatizou que a medida busca assegurar o patamar mínimo para uma vida digna, contribuindo para a redução das desigualdades sociais.

Detalhes da Proposta Governamental

O governo federal já encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta que estabelece a ampliação da faixa de isenção total do Imposto de Renda para R$ 5 mil. Esta medida representa o cumprimento de uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, a isenção do IR abrange apenas aqueles que possuem renda mensal de até R$ 2.824. Conforme informações da Casa Civil, a nova proposta praticamente dobrará essa faixa mínima de isenção.

Adicionalmente, o texto prevê a aplicação de um desconto parcial para aqueles que auferem rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Entretanto, para compensar a redução da arrecadação com a isenção, o projeto de lei também estabelece uma tributação mínima sobre as altas rendas. Essa medida afetará aproximadamente 141,4 mil contribuintes, o que corresponde a 0,13% do total de declarantes. A compensação virá através de uma taxa de até 10% para indivíduos com alta renda, especificamente aqueles que ganham a partir de R$ 600 mil por ano e que, atualmente, não contribuem com o IR, um grupo que totaliza cerca de 141 mil pessoas.

Tramitação no Congresso e Desafios Políticos

Na perspectiva de Rui Costa, a tramitação desse projeto no Congresso Nacional deve ser concluída a tempo de a medida entrar em vigor já em 1º de janeiro de 2026. Apesar das expectativas, o ministro reconhece que a oposição poderá criar dificuldades durante o processo legislativo. Ele afirmou, contudo, que a atuação da oposição para dificultar a vida do governo é um comportamento natural no cenário político.

Rui Costa afirmou que a oposição política é um fenômeno global, contudo, observou que, por vezes, ela pode atingir um nível de irracionalidade que acaba por prejudicar não apenas o governo, mas a própria população. Ele reiterou, portanto, que a principal meta da revisão da faixa de isenção é construir um país mais equitativo e com menos disparidades, onde as pessoas de baixa renda possam usufruir de um patamar mínimo de dignidade.

Desmistificando o Impacto Municipal

Questionado sobre as preocupações de alguns prefeitos de que a mudança na faixa de isenção poderia impactar as contas dos municípios, o ministro foi categórico em sua resposta. O ministro refutou veementemente essa preocupação, declarando que “essa lógica não faz sentido algum”. Ele argumentou que a tabela do Imposto de Renda não é corrigida há muito tempo, uma demanda constante da sociedade, especialmente da classe média e da imprensa.

Além disso, Costa elucidou que, se cada alteração na tabela do IR exigisse compensação aos municípios, tal prática teria sido comum ao longo da história do Brasil. Ele frisou que municípios, estados e a União recebem sua parte sobre aquilo que é tributável, independentemente das modificações. Dessa forma, a preocupação com desequilíbrio nas contas locais seria infundada.

Apoio Federal a Estados e Municípios

Rui Costa aproveitou a ocasião para reiterar que o governo federal tem oferecido apoio aos estados e municípios por meio de diversas outras iniciativas. Como um exemplo notável, ele mencionou a transferência de R$ 109 bilhões para o Rio Grande do Sul em situações emergenciais, caracterizando-a como o maior investimento federal já realizado por um presidente em um único estado. Posteriormente, o ministro citou a capital do Pará, Belém, que será sede da COP30 em novembro.

Adicionalmente, o ministro destacou que Belém está experimentando o maior investimento federal de sua trajetória. Esse aporte, segundo ele, abrangerá a infraestrutura estadual, incluindo projetos como a instalação de cabos de internet fluviais, que atrairão investimentos de empresas que dependem de alta conectividade. Em conclusão, a revisão do Imposto de Renda se alinha com uma série de ações governamentais visando o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida em todo o Brasil.

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