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RS reduz barreiras sanitárias contra gripe aviária

Gripe aviária RS: redução barreiras sanitárias

Foto: Ascom Seapi/Divulgação

O Rio Grande do Sul reduziu significativamente o número de barreiras sanitárias em resposta ao surto de gripe aviária em Montenegro. A ação, tomada na sexta-feira (23), diminuiu de sete para quatro o número de pontos de bloqueio, após a conclusão da primeira fase de inspeções em um raio de 10 quilômetros da granja afetada. Esta redução demonstra a eficácia das medidas de contenção implementadas pelo estado.

Redução das Barreiras Sanitárias em Montenegro

Segundo informações da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, a ausência de novos casos na região permitiu a desmobilização de algumas barreiras. Apesar da redução, duas barreiras de desinfecção permanecem ativas em um raio de 3 quilômetros em estradas vicinais, além de uma na RS-124. A barreira próxima ao foco da infecção também continua em operação. Até o momento, aproximadamente 3 mil veículos já passaram por inspeção e desinfecção nestes pontos.

O principal objetivo destas barreiras é a inspeção rigorosa de todos os veículos transportando animais vivos, ração e leite, que circulam pelas propriedades rurais da região. Além disso, automóveis de passeio também recebem desinfecção na área de 3 quilômetros ao redor da granja infectada. Essa estratégia visa prevenir a disseminação do vírus para outras regiões do estado.

Vacinação e Período de Quarentena

Em paralelo à redução das barreiras, a granja em Montenegro iniciou um período de 28 dias de vazio sanitário, a partir de quinta-feira (22). Durante este período, a propriedade ficará sem aves e sem qualquer atividade avícola. Este procedimento é crucial para a erradicação do vírus e a posterior retomada das atividades.

Ao final deste período de 28 dias, caso não sejam detectados novos casos, o Brasil poderá declarar a região livre da doença, abrindo caminho para a retomada gradual das exportações de frango, que atualmente enfrentam restrições em alguns mercados internacionais. Esta é uma etapa crucial para a recuperação do setor avícola gaúcho e brasileiro.

Investigação de Novos Casos em Outras Regiões

Situação da Gripe Aviária no Brasil

Entretanto, a situação não é exclusivamente positiva. De acordo com o painel do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), atualmente há 12 casos de gripe aviária sob investigação no país. Destes, dois são em granjas comerciais, localizadas em Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO). Embora Santa Catarina tenha inicialmente descartado o caso em Ipumirim, o Mapa esclareceu posteriormente que as investigações seguem em andamento.

Segundo o Ministério, as análises iniciais em alguns casos apresentaram baixa carga viral ou degradação do material genético, dificultando o sequenciamento direto do vírus. Para contornar essa dificuldade, as amostras estão sendo inoculadas em ovos embrionados, visando isolar e aumentar a quantidade de material genético disponível para análise. Este processo está sendo conduzido pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em São Paulo, unidade de referência do Mapa e credenciada pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA).

Além dos casos em granjas comerciais, as investigações abrangem também focos em propriedades de subsistência em Salitre (CE), Eldorado dos Carajás (PA) – com dois casos -, Angélica (MS), Concórdia (SC), Gaurama (RS) e Capela de Santana (RS). Há ainda casos em aves silvestres em Icapuí (CE), Ilhéus (BA) e Castelo (ES). A complexidade e a abrangência geográfica destes casos reforçam a necessidade de vigilância contínua.

Desde 2023, foram registradas 168 investigações com resultados positivos para o vírus H5N1. Destes, apenas um foi em aves comerciais, três em aves de subsistência e 164 em aves silvestres. Portanto, a situação exige monitoramento constante e ações preventivas para evitar a propagação da doença.

Em conclusão, enquanto o Rio Grande do Sul demonstra avanços no controle da gripe aviária em Montenegro, a situação nacional exige atenção contínua. A investigação de novos casos e a vigilância em diferentes regiões do país são fundamentais para evitar novos surtos e proteger o setor avícola brasileiro.

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