A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) intensifica suas ações de combate às hepatites virais neste Julho Amarelo, priorizando a testagem e vacinação de comunidades quilombolas e indígenas. A iniciativa fundamental incluiu um evento no quilombo Boa Esperança, em Areal, no dia 17 de julho, e planeja uma atividade similar na aldeia Guarani, em Maricá, em 22 de julho, expandindo o acesso aos cuidados de saúde para grupos historicamente vulneráveis no estado fluminense.
Campanha Amplia Acesso à Prevenção e Tratamento
A Gerência Estadual de Hepatites Virais (GEHV), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), está na linha de frente dessas intervenções. Primeiramente, as equipes de saúde promoveram a testagem e a imunização no quilombo Boa Esperança, situado na região serrana fluminense, no dia 17. Subsequentemente, o esforço será direcionado à aldeia Guarani, em Maricá, agendado para o dia 22 do corrente mês. Essas ações fazem parte integrante da campanha “Julho Amarelo”, dedicada à conscientização e ao enfrentamento das hepatites dos tipos A, B, C e D.
A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, enfatizou a importância dessas campanhas direcionadas. Conforme a secretária, embora a atenção às hepatites deva ser contínua, o Julho Amarelo funciona como um lembrete crucial sobre a seriedade dessas doenças. No entanto, ela ressaltou que, apesar da gravidade, as hepatites possuem tratamento e, em muitos casos, cura. Além disso, a vacina contra a hepatite B está amplamente disponível nos postos de saúde para toda a população. Contudo, este ano, a SES-RJ optou por focar e intensificar as atividades especificamente junto aos grupos mais suscetíveis à infecção, garantindo um alcance mais efetivo.
A Importância da Detecção Precoce e Prevenção
As hepatites virais frequentemente progridem de forma silenciosa, sem apresentar sintomas evidentes nas fases iniciais. Dessa forma, muitos pacientes só descobrem a infecção quando o quadro já está mais avançado, por exemplo, evoluindo para cirrose hepática ou outras complicações severas. Vale ressaltar que as hepatites podem acometer indivíduos de todas as idades, inclusive os mais jovens. Portanto, o uso consistente de preservativos em todas as relações sexuais é uma medida preventiva essencial, especialmente contra as hepatites B e C.
Adicionalmente, a realização do teste rápido é um passo fundamental para o controle dessas doenças. Caso haja infecção, um diagnóstico ágil permite que o tratamento seja iniciado prontamente, melhorando significativamente o prognóstico. Clarice Gdalevici, gerente estadual de hepatites virais da SES-RJ, reforça essa orientação. Segundo ela, quem nunca realizou o teste rápido para hepatite B e C deve procurar a unidade de saúde mais próxima para realizar o exame. Ademais, se o resultado for negativo, é crucial tomar a vacina, que oferece proteção eficaz contra a hepatite B. Para os casos de hepatite C, existe um tratamento altamente eficaz, com sucesso em aproximadamente 95% dos pacientes.
Expansão e Suporte aos Municípios Fluminenses
A presente campanha de testagem e vacinação teve seu pontapé inicial em outras localidades estratégicas do estado. Primeiramente, as ações foram implementadas nos municípios de Angra dos Reis e Paraty, atendendo respectivamente as aldeias Sapukai e Paraty-Mirim, demonstrando o compromisso da SES-RJ com a saúde das comunidades tradicionais.
Para fortalecer ainda mais a campanha “Julho Amarelo” em todo o estado, a SES-RJ realizou um envio significativo de insumos para os 92 municípios fluminenses. Consequentemente, foram distribuídos 50.925 testes rápidos específicos para hepatite B e 60.375 para o tipo C. Além disso, foram encaminhadas 86.750 doses da vacina contra a hepatite B, o que representa um investimento substancial na saúde pública. A iniciativa da secretaria visa imunizar o maior número possível de pessoas; entretanto, a busca pela imunização é de caráter espontâneo. Dessa forma, é imperativo que a população esteja bem informada sobre os riscos que as hepatites virais representam e reconheça que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os cuidados necessários de forma completamente gratuita, desde a prevenção e testagem até o tratamento.
Entendendo as Hepatites Virais: Sintomas e Transmissão
A hepatite, em sua essência, é uma doença infecciosa que afeta diretamente o fígado, provocando alterações que, se não tratadas adequadamente, podem evoluir para quadros graves. As formas virais da doença são categorizadas em diferentes tipos: A, B, C e D. Cabe destacar que a hepatite D é mais frequentemente diagnosticada na Região Norte do Brasil, embora possa ocorrer em outras áreas.
Os sintomas mais comuns associados a todos os tipos de hepatite são variados e incluem: cansaço persistente, febre, mal-estar geral, tontura, enjoos, vômitos, dor abdominal, urina de coloração escura e fezes claras. Além disso, um sinal característico é a icterícia, manifestada pela coloração amarelada da pele e dos olhos.
No que concerne à transmissão, as hepatites B e C podem ser transmitidas por via sexual, através de procedimentos invasivos como transfusões de sangue não seguras, ou ainda da mãe para o feto durante a gestação. Neste contexto, a vacina é considerada a estratégia mais eficaz para prevenir a hepatite B. Por outro lado, a hepatite A é predominantemente transmitida pelo consumo de alimentos mal higienizados ou água contaminada. Felizmente, o tratamento para as diferentes formas de hepatite é integralmente oferecido de maneira gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo o acesso universal aos cuidados necessários.