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REVOLUÇÃO NA ZONA RURAL

O agronegócio cresce cada vez mais em todo o país, inclusive no Distrito Federal, onde o setor vive uma verdadeira revolução. Basta olhar os números. No Governo Ibaneis Rocha, a produção agropecuária saltou de R$ 2,9 bilhões em 2019 para R$ 4,5 bilhões em 2022. O setor também colheu frutos sociais: foram instaladas as primeiras creches rurais para crianças de até 3 anos, instalado o primeiro sistema de energia solar em um assentamento do DF e pequenos produtores de alimentos passaram a contar com equipamentos de saneamento básico. Quem está na liderança dessa revolução é a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), dirigida pela primeira vez, em 44 anos de existência, por uma mulher: a advogada Denise Andrade da Fonseca. Nesta entrevista, ela conta o que a Emater tem feito para ajudar 20 mil produtores cadastrados e fortalecer ainda mais o agronegócio do DF.

A advogada Denise Andrade da Fonseca é a primeira mulher na presidência da Emater | Foto: Divulgação/Emater-DF

AGÊNCIA BRASÍLIA – O Governo Ibaneis Rocha conseguiu repor o setor agropecuário no caminho do desenvolvimento?

A evolução do valor bruto de produção da capital, que envolve a produção agropecuária no DF, saltou de R$ 2,9 bilhões em 2019 para R$ 4,5 bilhões em 2022

DENISE ANDRADE – A evolução do valor bruto de produção da capital, que envolve a produção agropecuária no DF, saltou de R$ 2,9 bilhões em 2019 para R$ 4,5 bilhões em 2022. Esse índice retrata a produção agropecuária no ano e estima o faturamento bruto dentro das atividades produtivas, na propriedade. Nossos atendimentos resultaram na emissão ou renovação de mais de 8 mil cartões do produtor rural. Em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social [Sedes], desde 2019 conseguimos fazer mais de 5,6 mil atendimentos que resultaram em novos cadastros e/ou atualizações no CadÚnico. Entre 2019 e 2022, qualificamos 300 jovens no programa Filhos deste Solo, que visa à permanência deles no campo por meio de cursos de empreendedorismo rural. Isso tudo sem falar nos atendimentos voltados para aumento de produção, nos cursos e oficinas que visam garantir a produção de alimentos em quantidade e qualidade, gerando renda no campo e comida na mesa da população.

AG – Durante a pandemia, o que foi feito para não deixar os produtores sem assistência e garantir a produção? 

Os extensionistas facilitam o acesso das famílias rurais às políticas públicas disponíveis | Foto: Divulgação/Emater

DA – A missão da Emater é promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental, utilizando todas as ferramentas de assistência técnica e extensão rural das quais dispomos em benefício da sociedade. Durante a pandemia, nossa preocupação foi ainda maior. Com apenas uma semana de fechamento de feiras e estabelecimentos comerciais, começamos a receber relatos de produtores que estavam com mercadorias paradas, estragando e sem chance de comercializar. Nosso corpo técnico acelerou a criação da plataforma Põe na Cesta, que ajudou muitos produtores a escoarem suas mercadorias, vendendo diretamente para o consumidor. Para muitos produtores, foi a salvação. Começamos a atuar bastante por WhatsApp, ligação de telefone e e-mail. Nossa média de atendimentos sempre esteve próxima dos 150 mil por ano, mas desde 2019 ultrapassamos essa marca, com 176 mil atendimentos. Em 2020, ano da pandemia, fizemos 221 mil atendimentos e em 2021 ficamos com 199 mil. Até outubro deste ano, estávamos com cerca de 150 mil.

Primeira creche rural do DF foi construída no Núcleo Rural Jardim, no Paranoá, com investimento de R$ 366,4 mil, provenientes de emenda parlamentar | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

AG – Ser a primeira mulher a presidir a Emater-DF faz diferença na política da empresa?

DA – Entre as muitas coisas que me orgulho muito, uma delas é ser a primeira mulher presidente da Emater-DF. Desde o início olhamos com atenção para as mulheres rurais, seus filhos e jovens. No fim de 2018, durante o período de transição de governo, começamos a levantar demandas. Uma delas foi a criação de creche rural, uma demanda antiga das mulheres rurais e que não foi solucionada em governos anteriores. A gente sabe a importância dessas creches para que as mães possam ter mais autonomia com as crianças em um lugar seguro para ficar, enquanto elas realizam suas atividades. Graças a um esforço conjunto, que envolveu a Emater, a Secretaria de Educação, a Novacap, Terracap e a Secretaria de Agricultura, conseguimos finalizar a primeira creche rural, que fica no Núcleo Rural Jardim, no Paranoá. A segunda fica no Pipiripau, em Planaltina, que está em fase de finalização e será administrada pela Secretaria de Educação.

AG – Como a Emater vem conseguindo levar saneamento básico para zona rural?

DA – O Programa de Saneamento Básico Rural (Saneater) foi uma das prioridades deste governo. Desde 2020, foram instalados 306 sistemas individuais em propriedades de várias regiões do Distrito Federal, um investimento de cerca de R$ 3 milhões. Foram beneficiadas cerca de 1,5 mil pessoas do campo. Neste primeiro momento, o programa foi voltado aos produtores de baixa renda, fornecedores dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa-DF), além dos que estão em processo de certificação no Programa de Boas Práticas Agropecuárias. O alcance dos benefícios que a instalação dos sistemas individuais de esgotamento doméstico gera não se limita à propriedade rural. Tudo que fazemos no campo também beneficia a cidade.

A falta de água era o maior problema entre os assentados para produção de alimentos. Hoje, algumas propriedades já estão até investindo na criação de peixes para consumo próprio e para a comercialização

AG – A senhora é servidora de carreira da Emater. Conhecendo a realidade da instituição, o que tem feito pelos servidores da empresa?

DA – Estamos trabalhando tanto na melhoria das instalações da empresa quanto na qualidade de vida dos servidores. Conseguimos junto ao GDF reformar o telhado e 12 banheiros do edifício-sede da Emater, onde incorporamos parte do prédio que era ocupado pela Secretaria de Saúde. Adquirimos uma nova frota de veículos para dar segurança de locomoção dos nossos extensionistas nas áreas rurais em locais de difícil acesso e também diversos equipamentos eletrônicos. Estamos implantando a Política de Qualidade de Vida e Bem-Estar no Trabalho, o Programa de Desligamento Voluntário e um novo concurso público, que vai oxigenar o quadro de extensionistas rurais. Nesse sentido, preciso destacar a excepcional qualificação dos nossos profissionais, que desempenham suas atividades com excelência.

AG – O governador Ibaneis Rocha sancionou lei que reconhece a importância da Emater para o desenvolvimento social e econômico do DF. Como essa medida impacta a empresa?

DA – A Lei nº 6.700, publicada em 26 de outubro de 2020, é um reconhecimento ao trabalho da Emater ao longo dos seus 44 anos e dá segurança jurídica à empresa. Ela nos ampara de eventuais ações que possam impedir a execução das nossas atividades junto aos produtores e nos coloca num patamar de utilidade pública e de referência na gestão pública. Neste ano, a Emater, por meio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve seu primeiro levantamento e construção do balanço social, que constatou que, a cada R$ 1 investido na empresa, há um retorno de R$ 6 para a sociedade. Foi muito importante saber esse resultado. Isso nos motiva para ir além.

Primeira escola pública no DF a receber um sistema de energia solar, o Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Cemi), localizado no Gama, recebeu 80 painéis fotovoltaicos em julho | Foto: Divulgação/Emater

AG – A Emater também vem incentivando projetos de sustentabilidade?

DA – A Emater tem muitas ações e atua em muitas parcerias voltadas para sustentabilidade. Destaco o projeto que incentiva o uso de energia renovável nas propriedades rurais. Implantamos um projeto inovador no Estrela da Lua, o primeiro assentamento do DF a ter um sistema de irrigação com o uso de energia solar. Por meio de placas fotovoltaicas, um sistema de bombeamento faz a captação de um curso d’água próximo e leva água para as propriedades. A falta de água era o maior problema entre os assentados para produção de alimentos. Hoje, algumas propriedades já estão até investindo na criação de peixes para consumo próprio e para a comercialização. Implantamos também o sistema de energia fotovoltaica no Centro de Ensino Médio Integrado [Cemi] à Educação Profissional do Gama e em 12 escritórios da Emater. As instalações vão gerar até 90% de economia no gasto com energia. Para nós, da Emater, é uma satisfação poder dizer que fazemos parte dessas mudanças.

*Colaboração: Assessoria de Comunicação da Emater-DF

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