O governo da Rússia anunciou, nesta segunda-feira (28), um cessar-fogo de três dias na Ucrânia, previsto para ocorrer entre 8 e 11 de maio. A medida representa um novo esforço diplomático, embora as tensões permaneçam elevadas.
Cessar-fogo busca marcar data histórica e aliviar conflitos
Segundo o Kremlin, a trégua foi estabelecida por razões humanitárias e também para marcar o 80º aniversário do Dia da Vitória, celebrado em 9 de maio. A data é emblemática porque relembra a derrota da Alemanha nazista pela União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial.
O cessar-fogo começará no início de 8 de maio e terminará no final de 10 de maio. A Rússia solicitou à Ucrânia que também respeite a suspensão das hostilidades durante este período.
Entretanto, o Kremlin advertiu que, caso a Ucrânia desrespeite o acordo, as Forças Armadas russas responderão de forma “adequada e eficaz”. Até o momento, o governo ucraniano ainda não se pronunciou oficialmente sobre a proposta.
Pressão internacional intensifica esforços por negociações
O anúncio russo acontece em meio a fortes críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que condenou ataques recentes a Kiev. Trump acusou Vladimir Putin de prolongar o conflito desnecessariamente, o que gerou pressão adicional para avanços diplomáticos.
No último final de semana, Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reuniram-se durante o funeral do Papa Francisco no Vaticano. A conversa, considerada produtiva, indicou um clima de maior entendimento entre as partes.
De acordo com Trump, Zelensky está “mais calmo” e reconhece que a Ucrânia enfrenta “uma força muito maior”. Além disso, Trump reforçou que Putin precisa “parar os bombardeios” e buscar um cessar-fogo definitivo, já em negociação com mediação americana.
Histórico de tréguas e entraves à paz duradoura
Embora esta seja a segunda trégua anunciada pela Rússia em poucas semanas, a primeira experiência deixou desconfianças. Durante a Páscoa ortodoxa, a Rússia decretou um cessar-fogo de 30 horas, mas a Ucrânia acusou Moscou de violá-lo.
Assim, mesmo com novos anúncios, a guerra, que já dura mais de três anos, ainda parece distante de um desfecho. Um dos maiores obstáculos continua sendo a disputa territorial.
Atualmente, tropas russas ocupam cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a estratégica península da Crimeia. Zelensky insiste na recuperação total das áreas invadidas, enquanto Moscou afirma que as regiões foram anexadas definitivamente.
Portanto, mesmo com o apoio dos Estados Unidos, um consenso ainda parece difícil. Trump já sinalizou que a Ucrânia poderá precisar aceitar algumas perdas territoriais para alcançar a paz, mas essa ideia enfrenta resistência em Kiev.
Expectativas para o futuro próximo
Apesar dos desafios, a nova trégua é vista como uma oportunidade para abrir espaço ao diálogo. Se o cessar-fogo for respeitado, ele poderá pavimentar um caminho mais sólido para negociações futuras.
Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha atentamente cada movimento. A esperança é que a celebração do Dia da Vitória simbolize, além do passado, também um possível novo começo para a paz.