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Prisão de líder do PCC reforça apelo pela PEC da Segurança

Prisão Tuta e PEC Segurança

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, um importante líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), na Bolívia e sua subsequente extradição para o Brasil, reacendeu o debate sobre a urgência da aprovação da PEC da Segurança. O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou na segunda-feira (19) que a operação exitosa reforça a necessidade de uma cooperação mais estreita entre as forças de segurança em âmbito local, nacional e internacional – um objetivo que, segundo ele, será amplamente facilitado pela aprovação da PEC.

A Prisão de Tuta e a Importância da Cooperação Internacional

Lewandowski celebrou a prisão de Tuta, descrevendo-a como uma vitória significativa no combate ao crime organizado. “O governo brasileiro obteve um sucesso crucial na luta contra a criminalidade ao prender este criminoso de alta periculosidade, ligado a uma poderosa facção criminosa no país”, afirmou o ministro, referindo-se a Tuta, atualmente detido na Penitenciária Federal em Brasília.

A captura de Tuta ocorreu em circunstâncias singulares. Expulso da Bolívia no domingo (18), ele havia se apresentado a uma unidade policial boliviana na sexta-feira (16) para tratar de assuntos migratórios. No entanto, ao apresentar um documento falso em nome de Maycon da Silva, sua verdadeira identidade foi rapidamente descoberta pelas autoridades bolivianas. Imediatamente, a Interpol e um agente da Polícia Federal foram acionados, desencadeando a ação que culminou em sua prisão e extradição.

Segundo Lewandowski, o sucesso da operação demonstra a eficácia da colaboração entre forças de segurança locais, o sistema judiciário e as forças federais. Ele destacou que este é precisamente o tipo de sinergia que a PEC da Segurança busca estabelecer. “A PEC em tramitação no Congresso Nacional visa fortalecer exatamente essa integração”, disse o ministro durante entrevista coletiva no Ministério da Justiça.

A Importância da Cooperação, Identificação Biométrica e Integração Interna

Além disso, o ministro enfatizou a crescente natureza global do crime organizado, argumentando que o combate eficaz exige cooperação internacional. “Hoje, contamos com um amplo espectro de parcerias internacionais”, assegurou Lewandowski. Tuta, considerado um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro ligado ao PCC, constava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol desde 2020, sendo condenado a 12 anos de prisão no Brasil por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.

Em seguida, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, detalhou os três pilares que sustentaram a operação: a cooperação internacional, a identificação biométrica e a integração interna. A presença de agentes da PF em diversos países, incluindo Santa Cruz de la Sierra, onde Tuta foi preso, permitiu uma resposta rápida e eficiente em conjunto com as autoridades bolivianas. Rodrigues ressaltou a importância da cooperação internacional, afirmando: “Graças a essa integração internacional, foi possível identificar a inconsistência imediatamente, comunicando tanto a Interpol quanto nossa unidade em Santa Cruz para confirmar os dados”.

Por outro lado, a tecnologia de identificação biométrica, acessível quase instantaneamente através dos bancos de dados da PF, foi crucial para a confirmação da identidade de Tuta. Rodrigues explicou: “Conseguimos, em tempo real, confirmar a identidade da pessoa na unidade policial da Bolívia, garantindo a legitimidade da prisão em flagrante”. Finalmente, a integração entre as diferentes autoridades brasileiras também foi fundamental para o sucesso da operação.

O Papel da Interpol na Captura de Tuta

O Secretário-Geral da Interpol, Valdecy Urquiza, descreveu a operação como “complexa e sensível”, mas com um “desfecho rápido e preciso”. Ele destacou a importância do banco de dados da Interpol para a identificação de Tuta, que já constava em seus registros desde 2020. Urquiza explicou que a Interpol dispõe de um “hub biométrico” com informações como impressões digitais, fotografias e DNA, facilitando a conexão com bancos de dados nacionais. A participação da PF nesse centro biométrico, em colaboração com diversos países, é fundamental para combater organizações criminosas transnacionais.

Em conclusão, a prisão de Tuta demonstra a crescente necessidade de cooperação internacional e o uso estratégico de tecnologia na luta contra o crime organizado. Este caso, portanto, reforça o apelo pela aprovação da PEC da Segurança, que visa fortalecer a integração entre as diversas forças de segurança e acelerar a resposta a crimes de grande escala.

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