A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro formalizou nesta terça-feira (2) a assinatura de um contrato estratégico destinado à instalação de tecnologia de ponta para o bloqueio de sinais em suas unidades. Este investimento robusto visa impedir a comunicação clandestina de telefonia móvel, Wi-Fi e até mesmo drones dentro dos presídios, representando um passo fundamental no combate eficaz ao crime organizado que muitas vezes é articulado de dentro das celas.
Combate ao Crime Organizado: Um Salto Tecnológico
O objetivo central da Seap, com esta iniciativa, é fortalecer a segurança pública fluminense. Através da implementação de uma solução tecnológica avançada, o governo busca cortar as linhas de comunicação que permitiam a detentos manter contato com o mundo exterior. Consequentemente, a expectativa é desarticular esquemas criminosos e reduzir significativamente a capacidade de organização de atividades ilícitas a partir do sistema prisional.
Nesse sentido, o governador Cláudio Castro enfatizou o compromisso do estado. Ele afirmou que este investimento reitera a dedicação em fortalecer a segurança pública, unindo tecnologia e uma gestão focada no enfrentamento ao crime organizado. Portanto, a medida impede que os presos se comuniquem externamente para planejar e executar crimes, elevando o patamar de segurança interna e externa.
Detalhes da Contratação e Prazos de Execução
A contratação desta tecnologia foi conduzida por meio de um rigoroso processo de licitação pública, que foi subdividido em cinco lotes regionais distintos. Ao todo, seis empresas participaram do certame, demonstrando o interesse do mercado em soluções de segurança de alta complexidade. Posteriormente, a empresa IMC Tecnologia foi declarada vencedora de todos os lotes, destacando-se por apresentar a proposta de melhor preço entre as concorrentes habilitadas.
Com a assinatura do contrato e sua subsequente publicação no Diário Oficial nesta terça-feira, a Seap agora procederá à emissão da ordem de serviço. A partir dessa ordem, a empresa contratada terá um prazo de até dez dias úteis para iniciar efetivamente os trabalhos de instalação. A previsão de conclusão é de até 45 dias por unidade prisional, ou 60 dias caso a instalação ocorra simultaneamente em três locais. Além disso, a implantação será realizada de forma gradual, alinhando-se à previsão orçamentária do estado e à estratégia operacional cuidadosamente delineada pela administração penitenciária.
Tecnologia de Ponta e o Desafio Urbano
A secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa Nebel, esclareceu um aspecto crucial sobre a escolha da tecnologia. Ao contrário de outros estados, os complexos prisionais no Rio de Janeiro frequentemente estão localizados em áreas urbanas, próximos a residências. É imprescindível, por conseguinte, que os moradores vizinhos não sejam impactados pelo bloqueio de sinal. Diante dessa particularidade, a equipe buscou as soluções mais modernas e precisas disponíveis no mercado para garantir que o bloqueio ocorra exclusivamente dentro dos limites das unidades prisionais.
A solução tecnológica selecionada inclui o uso de jammers de última geração. Esses dispositivos eletrônicos são capazes de emitir sinais de rádio que bloqueiam todos os tipos de frequência sem fio. Para assegurar a eficácia e a precisão do bloqueio, antenas direcionais são instaladas e interconectadas em pontos estratégicos ao longo do perímetro de cada unidade prisional. Dessa forma, é criada uma “redoma” de interferência controlada, impedindo completamente a comunicação por celular, Wi-Fi e até mesmo a operação de drones, garantindo a integridade da segurança interna e minimizando riscos externos.
Em conclusão, essa iniciativa representa um investimento significativo na modernização do sistema penitenciário do Rio de Janeiro. É um esforço contínuo para fortalecer a segurança pública, desarticulando a comunicação do crime organizado e assegurando um ambiente mais controlado e seguro dentro e fora das prisões do estado.