Um estudo recente do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e do Departamento Intersindical de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas (Dieese) apontou que a proporção de pessoas idosas no mercado de trabalho do DF chegou a 19,1% no biênio 2022/2023. Essa porcentagem revela o crescimento da presença de idosos com 60 anos ou mais nas atividades econômicas da região.
O aumento da inserção desse grupo está associado a mudanças demográficas, como o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida. Esses fatores têm levado a uma maior permanência dos idosos no mercado de trabalho, principalmente em ocupações que oferecem maior flexibilidade. Mesmo que a maioria dos idosos permaneça inativa, o número de ativos tem crescido de maneira consistente.
Setores de destaque e perfis ocupacionais
Os idosos que participam do mercado de trabalho no Distrito Federal estão concentrados principalmente no setor de serviços, que emprega 84,3% da população idosa ocupada. Entre os ocupados, 47,2% são assalariados, enquanto 30% atuam como autônomos. No entanto, apenas 20,1% dos idosos que trabalham no setor privado possuem contratos formais, com registro em carteira assinada. A participação no setor público também se destaca, com 23,5% dos idosos empregados nesse segmento.
Além disso, o estudo revela que 68% dos idosos são os principais responsáveis pelo domicílio, uma característica comum em famílias que dependem de sua contribuição financeira. Muitos desses idosos estão envolvidos em atividades autônomas ou informais, o que reflete a busca por opções de trabalho mais flexíveis.
Rendimentos e jornada de trabalho
Outro ponto relevante do levantamento é o aumento no rendimento médio dos idosos. Em comparação com o biênio anterior, o rendimento médio real dos idosos ocupados cresceu 2,5%, atingindo R$ 5.507 mensais. Esse crescimento foi semelhante ao observado entre os jovens de 15 a 29 anos, mas o rendimento dos idosos é significativamente maior. O rendimento médio por hora da população idosa foi de R$ 32,99, cerca de 59,5% superior ao dos jovens.
No que diz respeito à jornada de trabalho, os idosos ocupados trabalharam, em média, 39 horas por semana, uma carga horária inferior à dos jovens e adultos, que chegam a 41 horas semanais. Essa diferença reflete a preferência dos idosos por jornadas mais curtas e flexíveis.
Educação e impacto econômico
O estudo também destaca a importância da escolaridade para a permanência no mercado de trabalho. Cerca de 32,7% dos idosos ativos possuem ensino superior completo, enquanto entre os inativos, essa porcentagem é de 27%. A educação parece ser um fator decisivo para a permanência no mercado de trabalho, com idosos mais escolarizados tendendo a continuar em suas ocupações.
Além de contribuírem diretamente para a economia, os idosos desempenham um papel importante no consumo, mobilizando a economia regional. Com maior renda e experiência de trabalho, eles ajudam a movimentar setores como o de serviços e cuidados, reforçando sua relevância para o desenvolvimento socioeconômico do Distrito Federal.
Conclusão: o futuro dos idosos no mercado de trabalho
O crescimento da participação dos idosos no mercado de trabalho do DF indica uma tendência de permanência dessa população nas atividades econômicas, especialmente à medida que a expectativa de vida aumenta. Com maior qualificação e buscando flexibilidade nas jornadas, os idosos estão desempenhando um papel essencial no mercado, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região.