A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quinta-feira (30), uma nova fase da operação que investiga um grupo suspeito de aplicar golpes financeiros em mais de 50 mil vítimas no Brasil e no exterior. Os criminosos, compostos principalmente por pastores, usavam teorias conspiratórias para convencer fiéis de que receberiam quantias astronômicas, incluindo a promessa de um “octilhão” de reais.
Nesta etapa da investigação, a polícia cumpriu 16 mandados de busca e apreensão contra os principais integrantes da organização criminosa. A operação ocorreu no Distrito Federal e em seis estados: Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de valores e das redes sociais dos suspeitos.
Como funcionava o esquema fraudulento?
A investigação aponta que os golpistas, liderados pelo pastor Osório José Lopes Júnior, utilizavam discursos religiosos e promessas de bênçãos financeiras para convencer fiéis a investirem suas economias em falsas operações financeiras.
Os suspeitos afirmavam que os “investidores” faziam parte de um sistema baseado na teoria Nesara Gesara, uma crença conspiratória que promete a redistribuição de riquezas globais. O objetivo era induzir as vítimas a acreditar que pequenas quantias depositadas se transformariam em fortunas inimagináveis.
A PCDF revelou que os suspeitos criaram mais de 40 empresas fantasmas e movimentaram R$ 156 milhões em cinco anos. O dinheiro era depositado em mais de 800 contas bancárias suspeitas, dificultando o rastreamento dos valores.
Valores irreais e contratos falsos
Entre as promessas feitas pelos criminosos, destacam-se ofertas como:
- Investir R$ 25 e receber um “octilhão” de reais;
- Depositar R$ 2 mil para lucrar 350 bilhões de centilhões de euros.
Para dar credibilidade ao esquema, os criminosos criavam empresas fictícias e simulavam operações financeiras registradas em instituições oficiais, como o Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). As vítimas assinavam contratos fraudulentos que garantiam retornos milionários, mas nunca recebiam os valores prometidos.
Polícia reforça alerta para golpes financeiros
O delegado responsável pelo caso, Marco Aurélio Sepúlveda, alertou que esse tipo de golpe se baseia na ganância e na fé das pessoas. Segundo ele, os criminosos exploram a crença de que há maneiras “milagrosas” de enriquecer rapidamente.
“É essencial que os cidadãos desconfiem de promessas irreais de lucro fácil. Nenhum investimento sério oferece rentabilidade astronômica de forma garantida”, afirmou.
As investigações continuam, e a PCDF pede que possíveis vítimas denunciem o esquema por meio do telefone 197.