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Polícia prende suspeitos de envolvimento em assassinato no Aeroporto de Guarulhos

Três suspeitos foram detidos por participação na execução de delator; investigação aponta ligação com crimes de lavagem de dinheiro e extorsão.
Carro da Polícia Militar de São Paulo
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Prisão dos suspeitos

A Polícia de São Paulo prendeu, na madrugada deste sábado (7), três homens suspeitos de envolvimento no assassinato de Vinícius Lopes Gritzbach. O crime ocorreu em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos, quando Gritzbach foi executado por atiradores. Na mesma ação, um motorista de aplicativo que estava no local também foi morto.

Os detidos foram encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foram interrogados. Durante a operação, a polícia apreendeu munições e aparelhos celulares, que passarão por perícia para aprofundar as investigações.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso segue sob sigilo. “A análise dos materiais apreendidos é fundamental para esclarecer as circunstâncias do crime e identificar outros possíveis envolvidos”, destacou a SSP em nota oficial.

Ligação com delação premiada

Vinícius Lopes Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo em março de 2024. Ele forneceu informações sigilosas sobre policiais civis suspeitos de extorsão e sobre esquemas de lavagem de dinheiro operados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do país.

No dia 31 de outubro, apenas oito dias antes de ser morto, Gritzbach prestou depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, detalhando as práticas ilícitas. O envio de trechos da delação à Corregedoria, em outubro, aponta que as denúncias poderiam estar relacionadas ao seu assassinato.

Impacto do caso e continuidade das investigações

A morte de Gritzbach levantou questões sobre a segurança de delatores e a integridade das investigações envolvendo crimes organizados. Especialistas em segurança pública destacam que o caso reforça a importância de mecanismos de proteção mais robustos para testemunhas em situações de risco.

A polícia não descarta a possibilidade de novos desdobramentos, considerando a complexidade do caso e as informações fornecidas na delação. “Estamos empenhados em garantir justiça para as vítimas e desarticular qualquer rede criminosa envolvida”, afirmou um porta-voz da investigação.

Esquema de lavagem de dinheiro

Além das acusações contra policiais, Gritzbach revelou detalhes de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro operado pelo PCC. Segundo informações preliminares, o esquema movimentava milhões de reais e utilizava empresas de fachada para legalizar recursos provenientes de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas.

As denúncias de Gritzbach já estavam sendo investigadas pelo Ministério Público em parceria com a Polícia Federal. Com a prisão dos suspeitos, as autoridades esperam avançar no mapeamento de envolvidos e na interrupção das operações do grupo criminoso.