Operação revela conexões entre ONG e PCC
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) revelou, nesta sexta-feira (24), a confirmação de vínculos entre a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e uma organização não governamental (ONG) que defendia reformas no sistema penitenciário brasileiro. As provas foram obtidas durante a análise de materiais apreendidos na Operação Scream Fake, deflagrada no dia 14 deste mês.
De acordo com a SSP, os documentos e mensagens interceptados indicam que a ONG, além de ser mantida pela facção, fazia parte do chamado “Quarto Setor” do PCC, uma área dedicada a reivindicações estratégicas. “Essa estrutura promove ações judiciais ilegítimas, manifestações populares e denúncias infundadas com o objetivo de enfraquecer o sistema de justiça criminal e influenciar a opinião pública contra o poder estatal”, afirmou a secretaria.
Objetivo da operação e locais de cumprimento
A Operação Scream Fake foi realizada em parceria entre a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo. A ação teve como foco o cumprimento de 12 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão em cidades estratégicas para o PCC, como São Paulo, Guarulhos, Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Ribeirão Preto, além de Londrina, no Paraná.
Os alvos incluíram advogados e dirigentes da ONG, que são acusados de atuar em favor dos interesses da facção. A polícia acredita que essas atividades eram usadas para financiar e articular estratégias contra o sistema prisional, ao mesmo tempo em que contribuíam para a propagação de desinformação.
Quarto Setor e estratégias do PCC
A SSP explicou que o “Quarto Setor” do PCC é uma divisão que busca desestabilizar o sistema de justiça criminal por meio de ações jurídicas e políticas. Esse braço atua de forma articulada para promover ações que possam minar a confiança na segurança pública e nas instituições do estado.
“Essa estrutura age de maneira estratégica para manipular o discurso público e camuflar seus interesses ilícitos. Essa é uma forma sofisticada de atuação do crime organizado, que transcende as atividades criminosas tradicionais e busca expandir sua influência sobre instituições públicas e privadas”, declarou a secretaria.
Próximos passos da investigação
Com as novas informações, as investigações agora avançam para identificar outras conexões da facção com entidades similares ou pessoas envolvidas. A polícia também pretende ampliar o escopo das análises para verificar como os recursos financeiros eram captados e utilizados pela ONG.
O desmantelamento dessa estrutura é considerado um avanço significativo no combate ao crime organizado, uma vez que expõe métodos mais complexos de operação da facção, que incluem a tentativa de influenciar políticas públicas e decisões judiciais.