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Polícia Federal prende último líder de tráfico internacional de drogas

Nesta terça (22), a Polícia Federal prendeu o último líder de uma quadrilha internacional que enviou cocaína à Europa via Aeroporto de Guarulhos.
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Nesta terça-feira, 22 de agosto, a Polícia Federal (PF) alcançou um marco significativo em sua luta contra o tráfico internacional de drogas ao prender o último indivíduo apontado como líder de uma sofisticada organização criminosa. Este grupo era responsável por orquestrar o envio de grandes volumes de cocaína para países europeus, utilizando o Aeroporto Internacional de Guarulhos como seu principal ponto de partida. A captura encerra a busca por um dos principais articuladores dessa rede transnacional, que operou ativamente entre os anos de 2022 e 2023.

Detalhes da Operação “Last Call”

A prisão do criminoso representa a culminação da quarta fase da Operação Colateral, estrategicamente denominada “Last Call” (Última Chamada), um nome que reflete a determinação das autoridades em desmantelar completamente a quadrilha. Nos últimos seis meses, agentes da Polícia Federal dedicaram-se intensamente à localização e captura deste último membro, que permanecia foragido. A Operação Colateral, iniciada anteriormente, já havia impactado significativamente a estrutura do grupo criminoso. Entretanto, a presença deste líder ainda representava uma ponta solta para as investigações. Portanto, a ação desta terça-feira é vista como essencial para a erradicação total da rede.

Modus Operandi e Alcance Internacional

Conforme detalhado pelas autoridades, a quadrilha demonstrava uma audácia notável em suas operações. Eles exploravam vulnerabilidades no sistema de despacho de bagagens do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O método consistia em remover a etiqueta de identificação de malas legitimamente despachadas por passageiros inocentes e, subsequentemente, afixá-la em outra bagagem que já continha a cocaína ilícita. Dessa forma, a droga era transportada de maneira disfarçada, passando por controles de segurança e chegando aos destinos europeus. Este esquema complexo permitia que a organização movimentasse grandes quantidades de narcóticos para diversos países do continente, incluindo Portugal e França, configurando um tráfico internacional de vastas proporções.

O Impacto das Prisões Injustas

O caso ganhou notoriedade e repercussão pública em 2023, quando duas cidadãs brasileiras foram injustamente detidas na Alemanha. As mulheres foram presas após a polícia alemã encontrar cocaína em suas bagagens, que haviam sido trocadas pela quadrilha em Guarulhos. As vítimas, completamente alheias ao esquema, enfrentaram a dura realidade de passar 38 dias na prisão, vivendo um pesadelo que chocou o Brasil e colocou em evidência a gravidade das ações dessa organização criminosa. A visibilidade desse episódio lamentável intensificou os esforços da Polícia Federal para identificar e desmantelar a totalidade do grupo, buscando assegurar que tais injustiças não se repetissem.

A Desarticulação Abrangente da Rede

Na época em que o incidente envolvendo as brasileiras veio à tona, a Polícia Federal já estava empenhada em desarticular a estrutura da organização. As investigações resultaram na expedição e cumprimento de 16 mandados de prisão temporária e dois mandados de prisão preventiva, atingindo grande parte dos envolvidos na rede. No entanto, um dos líderes principais conseguiu evadir-se das autoridades, tornando-se o alvo prioritário da fase “Last Call”. Por meio das diligências realizadas, a Polícia Federal conseguiu identificar que um volume impressionante de aproximadamente 120 quilos de cocaína já havia sido remetido para destinos europeus, com foco em Portugal e França. A prisão desta terça-feira, portanto, não apenas fecha o cerco contra o último foragido, mas também simboliza a completa desarticulação de uma perigosa rota de tráfico internacional, garantindo maior segurança nas operações aeroportuárias e combatendo crimes transfronteiriços.