A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (20/3), a Operação Cash Courier, que desmantela um esquema milionário de tráfico internacional de armas ligado ao Comando Vermelho (CV). O principal alvo da ação é o policial federal aposentado Josias João do Nascimento, suspeito de liderar a organização criminosa que enviava fuzis dos Estados Unidos para comunidades do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, pelo menos 2 mil fuzis foram enviados de Miami para o Brasil. O grupo criminoso movimentou aproximadamente R$ 50 milhões com o tráfico de armas e a lavagem de dinheiro.
Esquema sofisticado de tráfico e lavagem de dinheiro
A investigação revelou que a organização criminosa utilizava empresas de fachada e laranjas para ocultar a origem dos recursos. Os valores obtidos com o tráfico de armas eram investidos na compra de imóveis e bens de luxo, dificultando o rastreamento do dinheiro ilícito.
Além disso, o grupo usava um método conhecido como “cash courier”, transportando grandes quantidades de dinheiro em espécie para evitar registros bancários que pudessem comprometer os envolvidos.
Na manhã desta quinta-feira, agentes da PF cumpriram 14 mandados de busca e apreensão nos bairros da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Relação com o “Senhor das Armas”
Josias João do Nascimento seria o verdadeiro chefe de Frederick Barbieri, conhecido como o Senhor das Armas. Barbieri foi preso e condenado nos Estados Unidos por tráfico internacional de armas, após o apreensão de 60 fuzis no Aeroporto do Galeão, em 2017.
Na época, as investigações indicaram que as armas de guerra eram enviadas de Miami para o Rio de Janeiro de forma contínua. Agora, com novos desdobramentos, a PF identificou que o esquema era ainda mais amplo, com participação de agentes públicos e um sistema sofisticado de lavagem de dinheiro.
Crimes e penas
Os integrantes da organização criminosa responderão por tráfico internacional de armas, organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva. As penas para esses crimes podem ultrapassar 20 anos de prisão.
A Polícia Federal segue com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos no esquema e rastrear os ativos financeiros obtidos ilegalmente.