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PND 2025: Questão discursiva aborda idadismo e integração geracional escolar

Aplicada no domingo (26), a questão discursiva da PND 2025 desafiou professores a combater o idadismo e promover a integração geracional no ambiente escolar.
PND 2025 idadismo integração
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A Prova Nacional Docente (PND) 2025, aplicada no último domingo (26), apresentou aos futuros professores um desafio discursivo crucial: a necessidade de combater o idadismo e fomentar a integração entre gerações no ambiente escolar.

Esta questão trouxe à tona o idadismo, ou etarismo, como um significativo obstáculo social e educacional no Brasil. Tal conceito abrange preconceitos, estereótipos e discriminações direcionados a indivíduos ou grupos com base em sua idade. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) esclareceu que a questão enfatizou o entendimento do idadismo, a urgência em superar práticas discriminatórias e a importância de promover a convivência harmônica entre diversas faixas etárias dentro das escolas. O texto motivador para esta discussão foi extraído do Relatório Mundial sobre o Idadismo de 2023, elaborado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Abordagem da Questão Discursiva

Os candidatos da PND foram orientados a desenvolver um texto que analisasse os impactos das distinções geracionais no contexto pedagógico. Além disso, a prova exigia que os participantes propusessem ao menos uma iniciativa eficaz para combater o idadismo e, concomitantemente, estimular a integração intergeracional nas instituições de ensino. Portanto, a proposta visava não apenas a reflexão, mas também a apresentação de soluções práticas.

Textos de Apoio e Referências

Para auxiliar na construção da resposta discursiva, os mais de 1,08 milhão de inscritos na prova, conhecida como “CNU dos Professores”, contaram com materiais de suporte. Esses textos motivadores tinham a função primordial de delimitar o tema e oferecer um contexto relevante para que os candidatos pudessem desenvolver suas argumentações. Entre os materiais disponibilizados no domingo, destacava-se o artigo 22 do Estatuto do Idoso. Este documento legal sugere a inclusão de conteúdos sobre o envelhecimento e a valorização da pessoa idosa nos currículos escolares, o que naturalmente se conecta à proposta da questão.

Adicionalmente, os participantes tiveram acesso a um trecho da obra “À Sombra Desta Mangueira”, do renomado pedagogo Paulo Freire (1921-1997), publicada em 1995 com base em seus manuscritos originais. Este excerto, por sua vez, convida à reflexão sobre a juventude e a velhice como diferentes perspectivas e atitudes diante da vida e do aprendizado. Assim, ambos os textos forneciam um arcabouço teórico e legal para a abordagem do tema.

Estrutura da Prova: Questões Objetivas e Discursivas

Além da elaboração do texto discursivo, os participantes da PND 2025 também enfrentaram uma série de questões objetivas. Estas questões foram divididas em duas grandes áreas: formação geral docente e componentes específicos das 17 diferentes áreas de licenciatura. Conforme o edital da PND 2025, a seção de formação geral compreendia 30 questões objetivas, juntamente com a já mencionada questão discursiva, ambas focadas em temas essenciais para a formação de um professor.

Por outro lado, a parte específica da prova consistia em 50 questões de múltipla escolha. Estas foram cuidadosamente elaboradas para avaliar o conteúdo e as habilidades inerentes a cada uma das licenciaturas ofertadas. Entre as áreas contempladas, incluem-se artes visuais, ciências biológicas, ciências sociais, computação, educação física, filosofia, física, geografia, história, letras (inglês, português, português e espanhol, português e inglês), matemática, música, pedagogia e química. Ademais, a matriz dessa avaliação teórica é similar à do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que desde 2024 tem direcionado seu foco para os cursos de formação docente. A prova teve uma duração total de cinco horas e trinta minutos, com encerramento previsto para as 19h, horário de Brasília.

O Propósito da Prova Nacional Docente (PND)

É fundamental esclarecer que a Prova Nacional Docente (PND) não se configura como uma certificação pública para a profissão de professor, tampouco é um concurso público para ingresso na carreira. Pelo contrário, o exame, uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC), foi concebido com o propósito de aferir o nível de conhecimento e a qualidade da formação dos futuros educadores em diversas licenciaturas. Portanto, seu objetivo central é oferecer suporte a estados e municípios na seleção de professores qualificados para suas respectivas redes de ensino.

O MEC, por meio da PND, aspira a estimular a realização de concursos públicos e, consequentemente, ampliar o contingente de professores efetivos nas escolas brasileiras. Anualmente, a prova será administrada pelo Inep. Essa iniciativa está inserida no programa “Mais Professores para o Brasil”, um conjunto de ações estratégicas que visam ao reconhecimento e à qualificação do magistério da educação básica, bem como ao incentivo à docência em todo o país. Em suma, a PND representa um instrumento para fortalecer a qualidade da educação através da valorização e melhor seleção de seus profissionais.