O plenário da Câmara dos Deputados decidirá o futuro político da deputada Carla Zambelli (PL-SP), após a confirmação de sua condenação a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Decisão do Plenário sobre a Perda do Mandato
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou na última segunda-feira (10) que a decisão sobre a perda do mandato de Carla Zambelli será tomada pelo plenário da Casa. Essa responsabilidade, segundo Motta, segue o rito regimental da Câmara. Ele enfatizou que a deputada será notificada e terá direito à defesa antes da votação final. “Eu darei o cumprimento regimental. Nós vamos notificar para que ela possa se defender e a palavra final será a palavra do plenário. Isso é cumprir a decisão”, afirmou Motta.
Em declarações anteriores, Motta já havia sinalizado que o Parlamento cumpriria a determinação do STF. No dia anterior à sua declaração sobre o processo regimental, Motta havia afirmado que o plenário possuía a legitimidade para decidir o rumo da situação. “Essa decisão poderia ser cumprida pela Mesa [Diretora] ou pelo Plenário. E é o Plenário que tem a legitimidade desta Casa e ele decide para onde a Casa vai. Ele é soberano e está acima de cada um de nós”, declarou o presidente da Câmara.
Contexto da Condenação e Fuga
A condenação de Zambelli, juntamente com o hacker Walter Delgatti, se deu em meados de maio pela Primeira Turma do STF. Ambos foram considerados culpados pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde inseriram documentos falsos, incluindo um mandato de prisão fraudulento contra o ministro Alexandre de Moraes. A pena de 10 anos de prisão, aplicada por unanimidade, inclui a perda do mandato parlamentar.
Posteriormente, em junho, a Primeira Turma do STF rejeitou os recursos apresentados pela defesa de Zambelli, confirmando a sentença inicial. Vale ressaltar que essa decisão ocorreu apenas três dias depois que a deputada anunciou sua saída do Brasil, com o objetivo declarado de se instalar na Europa e evitar a prisão. A medida preventiva de bloqueio de suas contas bancárias e ativos financeiros, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi executada pelo Banco Central um dia antes do anúncio de sua fuga.
Licença e Próximos Passos
Ainda em junho, mais precisamente na quinta-feira (5), a Câmara dos Deputados aprovou o pedido de licença não remunerada da deputada, apresentado seis dias antes de ela deixar o país. A licença, com duração de 127 dias, antecedeu a conversão da prisão preventiva de Zambelli para definitiva, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes no sábado (7). Com a decisão do STF em vigor, e o anúncio do presidente da Câmara, o plenário da Casa agora se prepara para decidir o futuro político de Carla Zambelli, processo este que será pautado pelos trâmites regimentais e assegurando o direito de defesa da deputada.
Conclusão
Em conclusão, a situação de Carla Zambelli está em um momento crucial. A decisão do STF é definitiva, e a Câmara dos Deputados, respeitando seus processos internos, preparar-se para decidir sobre a perda de seu mandato. O desenrolar dos eventos, desde a condenação até a fuga e a subsequente decisão do plenário, demonstram a complexidade do caso e a convergência entre o Poder Judiciário e o Legislativo no cumprimento da lei.