Por Catarina Loiola e Josiane Borges, da Agência Brasília
Quem visita o Planetário de Brasília Luiz Cruls embarca em um fascinante centro de conhecimento e exploração científica. Nesta sexta-feira (15), o icônico espaço completa 50 anos oferecendo experiências educativas e imersivas sobre astronomia e ciências espaciais para os brasilienses.
Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal (Secti-DF) tem promovido programas de divulgação científica, exposições e sessões de projeção que ajudam a popularizar a astronomia entre os visitantes, que são levados a explorar as maravilhas do universo sem precisar sair do lugar.
Na cúpula do Planetário, a população pode assistir a filmes sobre os astros, acompanhar exposições sobre o sistema solar e conhecer um espaço destinado à Agência Espacial Brasileira. É uma chance única de se conectar com aspectos que vão além da percepção visual humana, oferecendo também a oportunidade de aprofundar o conhecimento em astronomia.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman, afirma que a pasta tem feito um esforço de incluir o planetário na rota turística e educacional da capital. “Além de turístico, é um equipamento de polarização da ciência e da astronomia. Aberto constantemente, com sessões gratuitas na cúpula, exposições e diversas atrações para cidadãos, recebemos muitas escolas em passeios escolares, que é uma forma de difundir o conhecimento”, destaca.
De acordo com o secretário, investimentos feitos nos últimos anos no planetário trouxeram resultados positivos. Em 2023, o espaço recebeu mais de 90 mil visitantes. Desses, 26.939 são originários de outros estados, enquanto 877 vieram de outros países. Ao todo, foram realizadas 683 sessões na cúpula. O espaço recebeu, ainda, 21.573 estudantes de 326 escolas públicas e particulares.
Experiência
Alunos do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 5 do Gama visitaram o espaço na última quarta-feira (13) – cerca de 70 crianças de 11 a 14 anos conheceram mais sobre o infinito e além em uma sessão na cúpula. O filme projetado tem duração de aproximadamente 40 minutos e retrata a história da astronomia desde a época em que a Terra era tida como o centro do sistema solar. A obra também detalha a evolução científica proveniente dos telescópicos e as características de constelações e outros planetas, como Júpiter e Netuno.
“A nossa ideia é trazer a curiosidade para a questão da astronomia, para o estudo da ciência, da física e da matemática. Nesses 50 anos, já tivemos várias pessoas que ao virem a nossa sessão na cúpula ou mesmo conhecer o nosso museu, se interessaram pela temática e hoje são PhDs, astrofísicas, engenheiros…”, afirma o diretor do Planetário de Brasília, Júnior Berbet.
A visita aumentou a vontade da estudante Hellen Júlia de Arruda, 13 anos, de mergulhar no mundo da ciência. “Já falei com a minha mãe sobre isso e ela me apoia. Sempre gostei do espaço, acho muito legal. Da janela do meu quarto, fico vendo as estrelas, contando cada uma”, revela.
Essa foi a primeira vez que a maioria dos estudantes conheceu o equipamento público. “Foi bem legal, gostei muito de ver as estrelas e saber mais sobre astronautas”, diz Ana Flávia Ribeiro, 11. A experiência também foi inédita para Yasmin Sousa Nascimento, 11, que aprovou o espaço e recomenda para outras pessoas: “Gostei muito das estrelas e da explicação. E recomendo a visita para outras pessoas, principalmente aquelas que gostariam de fazer curso sobre astronomia”, aponta.
Importância científica
A arquitetura modernista do planetário foi projetada pelo arquiteto carioca Sérgio Bernardes. A estrutura remete à imagem de um disco voador pousado sobre o gramado do Eixo Monumental. O prédio tem três mil metros quadrados de área construída e fica em um lugar privilegiado: entre a Torre de TV e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O diretor Júnior Berbet afirma que o espaço foi reformado neste ano com apoio do programa RenovaDF, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Trabalho e Renda (Sedet-DF), com a pintura das áreas internas e externas. Ele destaca ainda a modernização do acervo. “Nós temos aqui equipamentos analógicos e digitais, e estamos informatizando o acervo do nosso museu, para que o visitante saiba mais sobre os quadros a partir de um QR Code”, conta Berbet.
O nome Planetário de Brasília Luiz Cruls foi implementado em 2021, em homenagem ao astrônomo e geodesista belga que liderou a Comissão Exploradora do Planalto Central. Mais conhecida como Missão Cruls, o grupo de 21 cientistas teve a tarefa de escolher e demarcar o lugar onde seria construída a futura capital brasileira.
O professor de Ciências Naturais Adriano Leonês tem uma relação afetiva com o espaço e acredita que o planetário tem suas peculiaridades, desde a arquitetura até a programação que promove. “Ele cumpre o papel de educar a comunidade, são vislumbres científicos, lembranças que ficarão guardadas na memória de qualquer pessoa por anos. Para as crianças. é um mundo novo, começando pelo prédio, que é bem diferente, e pelas programações que estimulam a curiosidade das pessoas”, acredita.
Leônes é também o atual presidente do Clube de Astronomia de Brasília, e destaca a relevância científica do local na cidade. “Como astrônomo, ter um espaço como o planetário, um espaço de observações, é muito importante para a difusão do conhecimento científico para toda a comunidade. Nós, do clube, sempre estamos pensando em ações para atrair o público para o planetário”, relata.
Serviço
Planetário de Brasília
⇒ Entrada gratuita
⇒ Endereço: Setor de Divulgação Cultural/Eixo Monumental
⇒ Visitação gratuita, aberta de terça-feira a domingo, das 7h30 às 19h
⇒ Para visita de grupos, é necessário fazer agendamento prévio pelo telefone (61) 98199-2692
Fonte: Agência Brasília – https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2024/03/14/planetario-de-brasilia-celebra-50-anos-dedicados-a-ciencia-espacial/