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PIB: Brasil acumula 6º maior crescimento no G20 em 12 meses, mas desacelera

Economia brasileira acumula 6º maior crescimento do PIB no G20 em 12 meses (3,2%), mas desacelera para 0,4% no 2º trimestre de 2025, aponta IBGE.
PIB Brasil desacelera G20
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

A economia brasileira registrou o sexto maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre os países do G20 nos últimos doze meses, alcançando uma expansão de 3,2%. No entanto, o ritmo desacelerou significativamente no segundo trimestre de 2025, com um avanço de apenas 0,4%, conforme os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desempenho Recente da Economia Brasileira no Cenário Global

O IBGE informou, nesta terça-feira (2), que o Brasil se posicionou como a sexta economia com o maior crescimento acumulado nos últimos doze meses dentro do G20, entre os membros que já publicaram seus resultados para o período. O Produto Interno Bruto, que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, acumulou um aumento de 3,2% nesse intervalo. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, ou seja, o segundo trimestre de 2024, a expansão foi de 2,2%. No entanto, ao analisar a passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2025, a economia brasileira cresceu apenas 0,4%, o que indica uma clara desaceleração em relação ao período imediatamente anterior, conforme detalhado em reportagem da Agência Brasil.

Ademais, uma análise elaborada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda avaliou dezesseis nações do G20 que já tornaram públicos seus dados de PIB para o trimestre encerrado em junho, conforme documento oficial. Em ambas as comparações – tanto no acumulado de doze meses quanto na performance frente ao segundo trimestre de 2024 – o Brasil manteve sua sexta colocação no ranking. O G20, um fórum crucial de cooperação econômica, engloba dezenove países, além das Uniões Africana e Europeia. Coletivamente, os integrantes representam aproximadamente 85% da produção econômica global, mais de 75% do comércio internacional e cerca de dois terços da população mundial.

A Posição do Brasil nos Rankings de Crescimento do G20

No que tange à variação do PIB ao longo dos últimos doze meses, a Índia lidera com um robusto crescimento de 6,8%, seguida pela China (5,2%) e Indonésia (5%). Posteriormente, a Arábia Saudita registrou 3,7% e a Turquia 3,3%. O Brasil, conforme mencionado, ocupa a sexta posição com 3,2% de alta. Na sequência, encontram-se Rússia (2,6%), Estados Unidos (2,3%), União Europeia (1,5%), Reino Unido (1,3%) e Japão (1,3%). Entre os desempenhos mais modestos, França (0,8%), Coreia do Sul (0,7%), México (0,7%) e Itália (0,6%) aparecem antes da Alemanha, que teve uma retração de -0,1%.

Por outro lado, ao observar o desempenho econômico na transição do primeiro para o segundo trimestre de 2025, o panorama se altera e o Brasil figura na nona posição. A Indonésia se destaca com 4,0% de crescimento trimestral, seguida pelos EUA (3,3%), Arábia Saudita (2,1%) e Índia (1,7%). A Turquia registrou 1,6%, a China 1,1%, enquanto México e Coreia do Sul tiveram 0,6% cada. O Brasil, com seus 0,4%, precede o Japão (0,3%), França (0,3%), Reino Unido (0,3%) e a União Europeia (0,2%). Ademais, Itália (-0,1%), Alemanha (-0,3%) e Canadá (-0,4%) apresentaram contração econômica neste período.

Entendendo a Desaceleração Econômica no Segundo Trimestre

A expansão de 0,4% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025 representa uma clara desaceleração, considerando que no trimestre anterior, de dezembro de 2024 a março de 2025, o crescimento havia sido mais vigoroso, atingindo 1,3%. Conforme explicou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, essa diminuição no ritmo da atividade econômica é atribuída primariamente à política monetária restritiva adotada pelo Banco Central (BC). Inclusive, o consumo das famílias, apesar dos juros, foi o motor da economia no 2º trimestre.

Em outras palavras, os juros elevados, empregados como instrumento pelo BC para controlar a inflação, inibem tanto o consumo quanto o investimento. Consequentemente, ao esfriar a economia e reduzir a demanda por bens e serviços, a pressão inflacionária é atenuada, mas o custo é a desaceleração do crescimento geral do PIB.

Projeções e Desafios para o Próximo Trimestre

Para o terceiro trimestre do ano, a Secretaria de Política Econômica (SPE) estima que o ritmo de crescimento do PIB será “pouco inferior” ao observado no segundo trimestre. Embora a desaceleração na concessão de crédito tenha se intensificado nos últimos meses, acompanhada por um aumento nas taxas de juros bancárias e da inadimplência, o mercado de trabalho demonstra resiliência, o que poderia, por sua vez, impulsionar a atividade econômica. A taxa de desemprego, por exemplo, registrou queda para 5,8%, a menor já documentada.

Além disso, o pagamento de precatórios – dívidas judiciais do governo – e a recente expansão do crédito consignado para trabalhadores são fatores que a análise da SPE aponta como potenciais contribuintes para a sustentação da economia. Apesar desses pontos de apoio, a SPE revisou a projeção inicial de crescimento de 2,5% para 2025, indicando agora um “leve viés de baixa”. Esta revisão advém da desaceleração mais acentuada do crescimento no segundo trimestre, superando as expectativas de julho, e também reflete os efeitos defasados e cumulativos da política monetária sobre a atividade econômica nacional.

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