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PF mira funcionários e ex-Caixa em esquema de R$ 3 milhões contra INSS

Operação Recupera da PF, deflagrada nesta quarta (13), mira funcionários e ex-Caixa em esquema de R$ 3 milhões que fraudava o INSS desde 2018.
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Foto: Polícia Federal/divulgação

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 13 de março, a Operação Recupera, que investiga um sofisticado esquema de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Esta ação tem como foco principal funcionários e ex-colaboradores da Caixa Econômica Federal, envolvidos em desvios que, desde 2018, já totalizam uma estimativa de R$ 3 milhões. O objetivo é desmantelar uma complexa rede criminosa que explorava vulnerabilidades nos sistemas previdenciários.

A Essência da Fraude contra o INSS

Conforme informações divulgadas pela Polícia Federal, as irregularidades tiveram início em 2018. O modus operandi da quadrilha consistia na concessão indevida de benefícios assistenciais e previdenciários. Para concretizar os desvios, os envolvidos inseriam dados falsos diretamente nos sistemas informatizados do banco. Dessa forma, eles aproveitavam-se de acessos privilegiados que possuíam em suas posições, ou que mantiveram mesmo após a saída da instituição.

Detalhes do Esquema Criminiso e Modus Operandi

As investigações detalham uma série de atos ilícitos praticados pelos criminosos. Por exemplo, eles manipulavam o sistema para realizar comprovações de vida de indivíduos fictícios ou de pessoas já falecidas, garantindo a continuidade de pagamentos fraudulentos. Além disso, eram responsáveis pela emissão de segundas vias de cartões de beneficiários que, na verdade, não existiam, e pela autorização de pagamentos totalmente irregulares. Ademais, a organização criminosa também se valia de documentos adulterados para habilitar novos benefícios, agindo de maneira sincronizada para inserir informações inverídicas na plataforma eletrônica da Caixa, o que demonstrava um alto nível de coordenação entre os participantes.

Desdobramentos Internos e a Continuidade Ilegal

A instituição financeira, por sua vez, ao detectar as anomalias, instaurou prontamente um procedimento disciplinar interno. Esse processo culminou na demissão dos colaboradores diretamente envolvidos, além de revelar a articulação de condutas ilícitas entre os autores. É importante notar que muitos desses indivíduos já possuíam um histórico de faltas disciplinares semelhantes, especialmente relacionadas à concessão indevida de benefícios. Entretanto, a cessão do vínculo empregatício não freou a atuação criminosa. De acordo com a PF, mesmo após serem desligados em 2022, os suspeitos persistiram com o esquema, delegando a terceiros a tarefa de sacar mensalmente ao menos 17 benefícios que continuavam fraudulentamente ativos, o que aponta para a persistência e adaptabilidade da rede.

Ação Judicial e Alvo da Operação

A Operação Recupera prossegue com o apoio fundamental do Ministério Público Federal e da própria Caixa Econômica Federal. Na execução desta etapa, estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Igualmente importantes são as medidas judiciais de bloqueio e indisponibilidade de bens e ativos, cujo valor total estimado alcança os expressivos R$ 3 milhões, visando reaver os recursos desviados. As ordens judiciais, expedidas pela Justiça Federal, estão sendo executadas em endereços vinculados aos acusados, abrangendo os estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, evidenciando a abrangência geográfica da rede criminosa.

Consequências Legais e Próximos Passos

Os indivíduos sob investigação podem responder por graves crimes. Entre as imputações estão a prática de organização criminosa, que envolve a associação de três ou mais pessoas para cometer infrações, e peculato eletrônico, caracterizado pelo desvio de recursos públicos por meio de sistemas informatizados. A Polícia Federal afirma que as ações investigativas não se encerram com esta fase inicial. Ao contrário, elas prosseguem ativamente com o intuito de identificar outros possíveis envolvidos, desarticular por completo a complexa teia criminosa e, por fim, recuperar todos os ativos que foram desviados, garantindo a restituição ao erário público e a responsabilização dos culpados.

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