A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (11), a Operação Dissimulo, que investiga um esquema de fraudes em licitações e contratos públicos. A ação incluiu o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal. Entre os alvos da operação está um empresário do setor de segurança, ex-policial civil e ex-deputado distrital.
Relação com empresa de manutenção de presídios
As investigações apontam que o empresário tem ligações com a R7 Facilities, uma empresa contratada pelo governo federal para realizar serviços de manutenção em penitenciárias, incluindo a Penitenciária Federal de Mossoró (RN). A empresa entrou na mira da PF após a primeira fuga registrada em um presídio federal de segurança máxima no país.
Embora a R7 Facilities esteja oficialmente registrada em nome de um técnico de contabilidade do DF, a PF suspeita que ele atue como “laranja”, ocultando os verdadeiros donos da empresa. A investigação indica que o empresário teria influência direta na administração da R7, participando da nomeação de funcionários e até se apresentando como fundador da companhia em mensagens internas.
Esquema de fraudes em licitações
A operação identificou que empresas vinculadas entre si, seja por laços societários, familiares ou trabalhistas, teriam manipulado concorrências públicas, apresentando declarações falsas para garantir benefícios fiscais e obter vantagens sobre concorrentes. Essas irregularidades teriam permitido a obtenção de contratos milionários com o governo.
Além do empresário, outro investigado é um advogado próximo a ele, que representa legalmente diversas empresas envolvidas no esquema e foi um dos principais doadores de sua campanha eleitoral em 2022.
Expansão no setor de segurança e política
Antes de se tornar empresário, o investigado atuou como policial civil no DF. Após se aposentar, ingressou na política e chegou a ocupar uma cadeira na Câmara Legislativa. Paralelamente, consolidou-se no setor privado, investindo em clubes de tiro. Seu empreendimento no ramo da segurança inclui um dos maiores clubes de tiro de Brasília, localizado no Gama.
Próximos passos da investigação
A PF continuará analisando os materiais apreendidos durante a operação para aprofundar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos. As autoridades não descartam a possibilidade de novas prisões e desdobramentos nas próximas semanas.
O nome do empresário e dos demais investigados não foram oficialmente divulgados. Em nota, a defesa dele negou qualquer envolvimento com irregularidades e afirmou que as atividades da empresa são legítimas.