Polícia Federal intensifica combate às fraudes no INSS
Nos últimos dois dias, a Polícia Federal demonstrou agilidade e firmeza no combate à corrupção no sistema de benefícios sociais. Em uma sequência de ações, os agentes desmontaram dois esquemas distintos que, juntos, escancararam falhas na concessão de auxílios do INSS.
Na manhã desta quinta-feira (24), a Operação Cessatio desmantelou um grupo criminoso que fraudava o Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas). A quadrilha atraía idosos venezuelanos para o Brasil, registrava pedidos de benefício com documentos falsos e, logo depois, permitia o retorno dos estrangeiros ao país de origem.
Além disso, os líderes do esquema manipulavam cadastros públicos para burlar os sistemas oficiais. Segundo a PF, os prejuízos aos cofres públicos somam R$ 16 milhões.
Advogados, agenciadores e um ex-delegado comandavam o esquema
As investigações revelaram a atuação conjunta de advogados, agenciadores e um delegado aposentado da Polícia Civil. Eles organizavam a logística, falsificavam documentos e formalizavam pedidos fraudulentos como se fossem legítimos.
A PF cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima. Durante a operação, os agentes encontraram indícios de que o grupo operava há anos.
Portanto, a Justiça determinou o bloqueio de bens e a suspensão das atividades econômicas dos principais investigados.
Nova operação revela fraudes em descontos de aposentados
Enquanto a Operação Cessatio ocorria em Roraima, outro escândalo ganhava repercussão nacional. Na quarta-feira (23), a Polícia Federal e a CGU deflagraram uma megaoperação que investigou descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
As autoridades descobriram que associações de fachada inscreviam aposentados sem consentimento e realizavam descontos automáticos sob a justificativa de assistência jurídica.
Essas entidades, no entanto, não prestavam os serviços prometidos. Com isso, o rombo estimado chegou a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Presidente do INSS é demitido e servidores são afastados
Diante da gravidade das irregularidades, o governo agiu. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido. Além disso, cinco servidores envolvidos diretamente nas autorizações de desconto foram afastados de suas funções.
A operação também apreendeu carros de luxo, joias e dinheiro em espécie. Os agentes ainda investigam o envolvimento de outros nomes ligados a órgãos públicos e entidades privadas.
Governo orienta beneficiários a verificarem extratos
A Polícia Federal orienta todos os aposentados e pensionistas a monitorarem seus extratos regularmente. Se identificarem valores descontados sem autorização, devem acessar o site ou app Meu INSS, ou ligar para a Central 135.
Além disso, a orientação é solicitar imediatamente o cancelamento de cobranças associativas suspeitas.
As investigações continuam. Os envolvidos podem responder por estelionato, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Por outro lado, as operações reforçam a atuação das instituições públicas e o compromisso com a integridade dos programas sociais.