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PF acelera investigação sobre Bruno Henrique e aposta concluir inquérito em 30 dias

Polícia identifica novos apostadores ligados ao cartão de Bruno Henrique e analisa conexões com grupo de Belo Horizonte, cidade natal do jogador
Bruno Henrique Flamengo
Foto: Reprodução / Instagram

A Polícia Federal pretende concluir, em até 30 dias, a investigação que apura um possível esquema de apostas envolvendo o atacante do Flamengo, Bruno Henrique. O caso gira em torno do cartão amarelo recebido pelo jogador na partida contra o Santos, em novembro de 2023, válida pelo Campeonato Brasileiro.

A investigação avançou nos últimos dias. A casa de apostas Blaze informou à PF que quatro pessoas apostaram especificamente na aplicação de cartão ao atacante. Essas pessoas já haviam sido alvos de operação da PF e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em 2024.

Identificação de novo grupo chama atenção da PF
Com os dados fornecidos pela Blaze, a PF identificou um grupo com perfil atípico. Os apostadores não são familiares do atleta, mas mantêm laços com ele. Entre os nomes estão um ex-jogador, sua esposa e dois amigos próximos, todos moradores de Belo Horizonte — mesma cidade onde Bruno Henrique nasceu.

Segundo investigadores, esse grupo realizou apostas semelhantes em diferentes plataformas, o que gerou desconfiança. Embora a Blaze tenha entregado dados de identidade e tipo de aposta, a empresa não compartilhou valores, alegando restrições do Marco Civil da Internet.

Depoimento de Bruno Henrique será decisivo
O Ministério Público também segue com investigação paralela sobre o caso. O órgão pretende ouvir Bruno Henrique nos próximos dias, mas ainda não definiu a data do depoimento. A expectativa é de que isso aconteça dentro do prazo de 30 dias, assim como o encerramento do inquérito principal conduzido pela PF.

O material extraído do celular de Bruno Henrique está sob sigilo, mas, segundo fontes ligadas à apuração, o jogador colaborou com a entrega da senha no momento da apreensão. As mensagens e mídias já estão sendo analisadas pelos peritos da corporação.

CBF e Ibia levantaram os primeiros alertas
A investigação teve início após um alerta emitido pela International Betting Integrity Association (Ibia), que identificou apostas incomuns na partida entre Flamengo e Santos. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reforçou a denúncia ao observar comportamento suspeito de apostadores e o desempenho de Bruno Henrique, punido com cartão amarelo e, mais tarde, expulso.

As apostas foram concentradas em plataformas como Kaizen Gaming e Blaze, com registros originários, em sua maioria, de Belo Horizonte. Esse padrão motivou o aprofundamento da análise. A PF pode solicitar mais prazo, mas por enquanto mantém a meta de concluir tudo até o final de abril.